Malwee e Marfrig: empresas como protagonistas na sustentabilidade (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 21 de maio de 2021 às 18h04.
Última atualização em 21 de maio de 2021 às 18h05.
Por Lyubov Pronina e Priscila Azevedo Rocha
Bancos aceleram contratações para ganhar participação no mercado de dívida sustentável, uma das áreas de finanças com crescimento mais rápido.
Instituições financeiras como Citigroup, HSBC e Barclays contrataram profissionais para emissões de títulos, pesquisa ou cargos em sustentabilidade global este ano para montar equipes. Além de caçar talentos, buscam a experiência de cientistas, políticos e think tanks.
“Estamos contratando ativamente, normalmente recebemos mais de 100 currículos por cargo”, disse Arthur Krebbers, responsável por sustentabilidade e corporações do NatWest Markets, cuja expansão colocou a empresa entre os 10 maiores subscritores de dívida sustentável este ano.
A busca por talentos mostra a expansão da dívida atrelada a fatores ambientais, sociais ou de governança, ou ESG na sigla em inglês, como uma classe emergente de ativos geradores de caixa para os bancos. Já trouxeram cerca de US$ 1,8 bilhão em comissões este ano de tais clientes, e esse valor provavelmente deve aumentar em um mercado que pode quintuplicar, para US$ 11 trilhões em 2025, segundo dados da Bloomberg Intelligence.
Isso também faz parte de uma estratégia dos bancos para acompanhar o movimento de autoridades globais rumo a um futuro com menos carbono. Agora ganham ainda mais com comissões para captar recursos para clientes de combustíveis fósseis, mas estão sob pressão de ativistas e acionistas para sair desse segmento.
O resultado é a forte demanda por profissionais com experiência em ESG, com remuneração total que facilmente alcança sete dígitos para diretores globais de nível sênior, de acordo com Chris Gower, CEO da empresa de recrutamento Lawbrook Partner.
Isso é uma reviravolta para uma área antes considerada de nicho e muitas vezes concentrada em banqueiros juniores, muitos dos quais mulheres. Agora, à medida que os investidores rastreiam a participação de mulheres nas diretorias, é uma oportunidade de ascender ao alto escalão.
O Bank of America é outro banco em expansão com representação no comando, como a vice-presidente Anne Finucane, que lidera o comitê de ESG global.