O fundo adota uma abordagem mais rígida ao investimento ESG, que ainda carece de estrutura claramente definida (weerapatkiatdumrong/Thinkstock)
Beatriz Quesada
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 17h04.
(Bloomberg) Um novo fundo de índice (ETF) será atrelado a títulos emitidos por empresas que cumpram as metas de emissões definidas pelo Acordo de Paris.
A Tabula Investment Management listou o ETF na bolsa Xetra da Alemanha nesta quinta-feira, 14, com foco em investidores desiludidos com o chamado greenwashing -- alegações exageradas de conformidade ambiental -- que prejudicou o crescimento do investimento ético.
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O fundo acompanhará um índice de títulos com grau de investimento denominados em euros de empresas com emissões de gases de efeito estufa pelo menos 50% mais baixas do que a média e taxas de descarbonização anuais de pelo menos 7%. O ETF é lançado com 25 milhões de euros (US$ 30,4 milhões) em ativos, e a Tabula pretende aumentar o valor para pelo menos 200 milhões de euros neste ano, segundo comunicado.
O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculante assinado por 196 países que estabelece diretrizes para limitar o aquecimento global por meio de cortes das emissões de carbono.
O acordo climático ganha cada vez mais peso nas diretrizes do setor financeiro sobre investimentos ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês. O alinhamento das metas de emissões com o acordo foi uma das principais etapas recomendadas no mês passado pela International Capital Markets Association para emissores que buscam financiar projetos de mudança climática.
Ainda assim, as preocupações sobre empresas que distorcem conquistas ecológicas permanecem. Em dezembro, reguladores financeiros franceses e holandeses pediram uma supervisão mais rigorosa dos dados e classificações ESG.
Ao atrelar o fundo às normas do Acordo de Paris, a Tabula adota uma abordagem mais rígida ao investimento ESG, que ainda carece de estrutura claramente definida, apesar dos esforços dos reguladores e órgãos da indústria.
“O benchmark de Paris é realmente a chave”, disse Michael John Lytle, CEO da Tabula, em entrevista por telefone. “É específico, impactante e não há muita margem de manobra.”