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Prédio de madeira em construção na Alemanha: uso do material reduz pela metade o tempo de obra, segundo a Noah (picture alliance / Colaborador/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 14 de fevereiro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2021 às 12h57.
Se Noé construiu uma arca, por que não utilizar madeira para fazer edifícios? Brincadeiras bíblicas à parte, uma startup brasileira está levando a sério essa possibilidade. Criada em 2019 e batizada de Noah (Noé, em inglês), a construtech planeja iniciar os primeiros empreendimentos no segundo semestre deste ano. Segundo seu fundador, Nico Theodorakis, o objetivo do uso da madeira nas edificações é reduzir o impacto da construção civil no meio ambiente.
“Esta técnica representa uma mudança no paradigma na indústria. A construção é mais sustentável em todas as etapas da cadeia produtiva”, afirma Theodorakis. Como a madeira captura e armazena carbono, uma construção utilizando a tecnologia pode até ter emissões negativas, gerando créditos. Segundo a ONU, o setor de construção civil é responsável por quase 40% das emissões globais de gases do efeito estufa.
A técnica utiliza um produto maderício chamado CLT (madeira laminada cruzada, na sigla em inglês). Trata-se de um tipo de “madeira engenheirada”, como no caso do MDF e do MDP, utilizados em larga escala na produção de móveis, pórem com uma estrutura bem mais forte. O primeiro prédio da Noah, que deverá ser construído no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, terá 11 andares. Mas, segundo a empresa, é possível ultrapassar essa altura.
O uso de madeira oferece outros benefícios além da redução nas emissões. Por serem pré-fabricados, os painéis de CLT reduzem o tempo de obra em até 50%, diz a startup. Por ser mais leve do que uma estrutura em aço ou concreto, o material reduz em 30% o custo de construir fundações para sustentar o prédio. As construções também são mais silenciosas, para alegria dos vizinhos.
No ano passado, a Noah captou 1,6 milhão de reais em uma rodada de investimentos. Theodorakis também é sócio da Alfa Realty, incorporadora especializada em imóveis de alto padrão. “Além da questão de conscientização ambiental, a construção é mais precisa e segura do projeto até a entrega, valorizando o produto final, resultando em maior demanda de ocupação e, consequentemente, maior rentabilidade para os envolvidos”, afirma o empreendedor.
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