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Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, do Boticário: “O crescimento não pode atrapalhar a cultura, ele precisa impulsionar a cultura” (Leandro Fonseca/Exame)
Editor ESG
Publicado em 17 de junho de 2024 às 20h37.
Última atualização em 20 de junho de 2024 às 10h20.
A sustentabilidade está na essência do Grupo Boticário. Essa maneira de atuar, olhando para a questões sociais e ambientais e buscando ter um impacto positivo na sociedade, é um pilar da empresa de beleza desde sua fundação, em 1977. E a evolução é constante. Em 2023, o grupo avançou em sua estratégia de instituir uma governança baseada nos princípios socioambientais do ESG, uma abordagem que poucas empresas, no mundo, ousam adotar.
Ao colocar o G de governança como prioridade, o Grupo Boticário garante que a sustentabilidade fará parte de cada aspecto da companhia. Nada acontece sem que as dimensões do ESG sejam amplamente consideradas, e o incentivo para isso está na importância do tema para seus controladores. É por essa visão abrangente e sistêmica que o Grupo Boticário foi eleito como a empresa do ano na premiação Melhores do ESG, da EXAME.
O reconhecimento se dá, também, pelo desempenho do grupo nos negócios. Os números falam por si. De 2013 a 2023, o Grupo Boticário multiplicou seu faturamento por 4, e fechou o ano passado com receita superior a 30 bilhões de reais. O avanço ganhou tração nos últimos dois anos, quando a receita quase dobrou. A companhia vem expandindo o número de lojas (mais de 3.800), de marcas (já são 12), de lançamentos (já são 3.000 todos os anos) e de canais de distribuição (que incluem franquias, lojas próprias, comércio eletrônico, vendas diretas, farmácias e supermercados).
Some-se a isso uma estrutura que já tem 20.000 funcionários diretos, 25.000 indiretos, estimadas 2 milhões de distribuidoras porta a porta, 24 milhões de clientes recorrentes e mais de 50 países atendidos. Brasil adentro, existe uma loja do Boticário a cada 3 quilômetros. “Somos a empresa com a estrutura mais completa no mercado global de beleza”, diz Artur Grynbaum, sócio e vice-presidente do conselho da companhia.
Toda essa engrenagem está alicerçada na letra menos cobiçada do ESG. “Governança é o eixo central. As ações não podem ser falsas e têm de se encontrar num objetivo maior”, diz Miguel Krigsner, fundador do Grupo Boticário. “Um novo modelo de loja, por exemplo, já pressupõe produtos certificados e arquitetura com tratamento de resíduos. Não pode ser um adicional, tem de fazer parte de cada decisão”, complementa Grynbaum.
Para os controladores do Boticário, a maior mostra da relevância da sustentabilidade é o fato de que as reuniões anuais com os 1.200 líderes tratam 70% do tempo sobre valores e apenas 30% sobre estratégia. “O crescimento não pode atrapalhar a cultura, ele precisa impulsionar a cultura”, diz Krigsner. E o retorno ao acionista? No ano passado, o Grupo Boticário encostou em sua principal concorrente no setor de beleza. A combinação de ESG e negócios em ritmo acelerado tem dado muito certo para a companhia.