Apoio:
Parceiro institucional:
A energia solar fotovoltaica ultrapassou a marca de 46 GW de capacidade instalada no Brasil, o equivalente a 19,5% da matriz elétrica, segundo a Absolar (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 7 de março de 2025 às 15h01.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 15h18.
O uso destes dispostivos fazem cada vez mais sentido com a expansão de fontes renováveis, que são intermitentes, ou seja, dependem de fatores naturais para gerar eletricidade. Com baterias, é possível reduzir a dependência da rede elétrica, ajudar na recarga de veículos elétricos e levar energia para áreas remotas.
A Energy+, rede de tecnologia em renováveis do Paraná, aposta em 2025 na integração de sistemas solares com baterias de última geração para atender o agronegócio e a mobilidade urbana. Com os novos serviços, a empresa pretende fechar este ano com o dobro do faturamento e alcançar o patamar de R$ 106 milhões.
O CEO, Rodrigo Bourscheidt, disse em entrevista à EXAME que a solução nestes setores amplia a eficiência do sistema ao armazenar o excedente de energia gerado durante o dia. Além disso, permite ampliar capacidade produtiva e reduzir o consumo de combustível fóssil.
A estratégia também visa atrair investidores e empreendedores que já atuam com energia solar. Segundo o executivo, os dois setores foram escolhidos pela afinidade com o negócio e pela clientela atual.
"Acredito fortemente que armazenamento, renováveis e produção de alimentos sejam itens que estão muito interligados e que existe uma demanda crescente para os próximos anos, incalculável", disse.
Hoje a rede conta com 20 franquias em operação, e a ideia é dobrar até o fim do ano.
No setor de mobilidade, a Energy+ fornecerá baterias para veículos elétricos e estações de recarga. Os pontos de abastecimento serão instalados em centros urbanos e rodovias, incluindo postos de combustíveis e restaurantes .
A empresa prevê dois tipos de carregadores: um de carga rápida, com potência de até 60 kW, que pode abastecer um veículo em cerca de 40 minutos, e outro de carga lenta, de 22 kW, com tempo médio de recarga de 1 hora e 50 minutos.
Cada estação contará com até seis vagas de carregamento para atender à demanda crescente por eletrificação veicular.
Já no agronegócio, as baterias da Energy+ serão usadas para armazenar energia solar excedente e alimentar pivôs de irrigação automatizados. A tecnologia promete beneficiar áreas sem conexão com a rede elétrica e reduzir a dependência das chuvas , fator crítico para a produção de grãos.
As baterias, feitas com tecnologia de íons de lítio, possuem capacidade que varia de 5 kWh, para uso residencial, a 5.000 kWh, para aplicações industriais e rurais. Quando operadas em sua eficiência máxima, podem ter vida útil superior a 30 anos.
Um dos principais desafios para a adoção em larga escala das baterias é equalizar a relação entre necessidade de armazenamento e potência instantânea demandada, garantindo que o custo-benefício justifique o investimento, explicou Rodrigo.
Historicamente, a tecnologia exigia altos custos para entregar quantidades significativas de energia com potência adequada, o que limitava sua viabilidade.
No entanto, nos últimos cinco anos, o preço das baterias caiu quase 90% , as tornando mais acessíveis para diferentes setores, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). "Em muitos negócios já é viável você implementar a bateria. A tendência é que esse custo diminua ainda mais e seja um produto viável, valendo a pena até em condições menos favoráveis", destacou o executivo.
À medida que a demanda aumenta, projeções da Bloomberg NEF estimam uma queda pela metade do preço da bateria por kWh, até 2030, e de 68%, até 2050.
Para Rodrigo, o uso de baterias será cada vez maior e vem expandindo para diversas aplicações.
"É um produto que entrega a energia com uma qualidade extraordinária. A tendência é muito clara: cada vez mais será importante colocar a bateria junto das unidades consumidoras e das unidades geradoras de energia", concluiu.