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Este ano, o Brasil entrou para o grupo dos 20 países com maior capacidade instalada de geração fotovoltaica após um forte crescimento da tecnologia puxado principalmente por instalações de menor porte (Jean-Paul Pelissier/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 24 de outubro de 2020 às 13h21.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e a C40 Cities Finance Facility (CFF) firmaram um memorando de entendimento para financiar projetos de geração solar. A CFF é uma entidade formada pelos governos da Alemanha, dos Estados Unidos e do Reino Unido para auxiliar cidades do hemisfério sul a desenvolver projetos de energia limpa. Atualmente, a organização mantém projetos no Rio de Janeiro e em Curitiba.
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O foco da parceria é criar mecanismos para facilitar a adoção da energia solar em projetos públicos e privados. “Estamos muito motivados a cooperar no desenvolvimento de iniciativas para permitir que municípios, empresas e cidadãos usem essa tecnologia renovável”, afirmou Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar.
Um relatório da CFF aponta que a região menos ensolarada do Brasil possui uma irradiação solar de 4,25 kWh/(m².dia), valor 25% superior ao da região mais ensolarada da Alemanha (3,42 kWh/(m².dia). Este ano, o Brasil entrou para o grupo dos 20 países com maior capacidade instalada de geração fotovoltaica após um forte crescimento da tecnologia puxado principalmente por instalações de menor porte, como sistemas em telhados de residências e edifícios comerciais. Apesar disso, a energia solar corresponde a apenas 1,7% da matriz brasileira.
Os projetos apoiados pela CFF no Rio e em Curitiba se referem à instalação de painéis solares em aterros sanitários desativados e em terminais de ônibus. Com a parceria, a Absolar espera levar projetos semelhantes para outros municípios.
Energia limpa e competitiva
As fontes de energia renovável se tornaram competitivas. Este ano, por sinal, é considerado um marco pelo setor por sinalizar a virada em termos de preço, ou seja, a geração limpa se tornou igual ou mais barata do que as fontes fósseis. Um relatório publicado pelo governo britânico, no entanto, oferece uma nova dimensão para essa conta. Ao considerar o custo “normalizado” da eletricidade, ao longo da vida útil de uma planta de energia, solar e eólica se mostram bem mais baratas do que se imaginava.
O estudo foi apresentado pelo Departamento de Estratégia Industrial e Negócios (BEIS), que faz projeções periódicas sobre o tema, e atualiza um trabalho publicado em 2016. Há quatro anos, as renováveis já apresentavam uma forte queda de custo, de 24%, em relação a 2013. Dessa vez, a queda é ainda maior: 47%, em comparação a 2016. Isso significa que, em 2025, uma fazenda eólica ou solar poderá gerar energia pela metade do custo de uma térmica a gás.
Para chegar a essa conclusão, o governo britânico utiliza uma equação para “normalizar” o custo da energia, levando em consideração o valor médio por megawatt ao longo da vida útil de um projeto. Dessa forma, é possível comparar diferentes fontes, como as renováveis com as térmicas a gás e nucleares. O custo estimado para um parque de energia eólica que comece a operar em 2025 é de 46 libras por megawatt. Na previsão anterior, o valor era de 65 libras. Para uma fazenda solar de grande porte, o custo é um pouco mais baixo: 44 libras hoje, ante 67 libras no cálculo anterior.
O BEIS também apresentou estimativas para usinas térmicas a gás e nucleares. No primeiro caso, o melhor resultado foi 85 libras e, no segundo, 102 libras por megawatt. Esses valores foram atualizados de acordo com a inflação pela Carbon Brief, publicação britânica especializada em energias limpas.