ESG

Energia solar cresce 1 GW por mês e pode alcançar o dobro de Itaipu em fevereiro

Segundo dados da Absolar, a capacidade instalada das grandes usinas e dos pequenos projetos ultrapassou 17 GW. Investimentos somam 90 bilhões de reais em 10 anos

Energia solar (Getty Images/Getty Images)

Energia solar (Getty Images/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 18h13.

Desde fevereiro, a capacidade instalada de energia solar cresce 1 GW por mês no país. Em julho, a fonte ultrapassou a marca de 17 GW, o equivalente a 8,4% da matriz elétrica brasileira. Atualmente, a geração fotovoltaica é a terceira maior, perdendo apenas para a hidrelétrica e a eólica. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Nesse ritmo, a fonte solar chegará ao dobro de capacidade da maior usina hidrelétrica nacional, a Itaipu, que opera com 14 GW, em fevereiro de 2023. É um resultado expressivo para um tipo de geração que, há meia década, dava traço na matriz brasileira. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, afirma Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.

O setor está dividido em duas modalidades de geração. Existem as grandes usinas, que são projetos voltados para a venda de energia no mercado livre e para atender os maiores consumidores, em especial o setor corporativo. Nesse modelo, são 5,3 GW de potência e cerca de 27 bilhões de reais em investimentos desde 2012.

A maior parte da geração solar, no entanto, está espalhada pelos telhados de residências e pequenos negócios, no modelo de geração distribuída. São pessoas que optam por gerar a própria energia, sempre com o intuito de reduzir a conta de luz. São quase 12 GW de potência instalada, um pouco menos do que Itaipu, e mais de 63 bilhões de reais em investimentos na última década.

Crescimento constante e prolongado

Os números mostram a resiliência da fonte solar. De acordo com a entidade, a energia solar trouxe ao Brasil 90,5 bilhões de reais em investimentos, 24,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 514 mil empregos, nos últimos 10 anos. Também evitou a emissão de 25,5 milhões de toneladas de carbono.

á ainda o benefício de custo. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma Carlos Dornellas, diretor da Absolar. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz.”

Momento de investir em energia solar

Em artigo publicado na EXAME, Ramon Nuche, diretor da AE Solar, fabricante alemã de painéis fotovoltaicos, defendeu que este é momento de investir nesse tipo de geração. “O setor de energia solar espera um crescimento acelerado este ano no Brasil, especialmente nos sistemas de geração própria solar, em decorrência do aumento nas tarifas de energia elétrica e da entrada em vigor da Lei n° 14.300/2022, que criou o marco legal da geração própria de energia”, disse Nuche.

No ano passado, o Brasil foi o quarto país com maior crescimento em energia solar, e atualmente se encontra na 13ª posição entre os maiores geradores. Segundo o “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, principal relatório de mercado do setor solar fotovoltaico mundial, o Brasil, mercado líder em energia solar na América Latina, deve se tornar um dos principais mercados globais nos próximos anos, podendo atingir 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026.

O avanço da fonte é constante no Brasil e no mundo. Um estudo lançado na Alemanha aponta que a energia solar ultrapassou 1 terawatt (TW) de potência instalada, globalmente, e deve dobrar essa capacidade em menos de quatro anos, alcançando o equivalente ao dobro da capacidade de geração da França e da Alemanha somadas. A dúvida é até quando os europeus vão brigar pelo gás.

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