Aceleração de empreendedores pela Endeavor: objetivo é alcançar 40% de representatividade de gênero e de raça na rede até 2025 (Anchiy/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 07h01.
O programa de aceleração de empresas Scale-Up Endeavor está com seleção aberta e foco em companhias com soluções voltadas para energia limpa, combate a mudanças climáticas, crédito de carbono, ESG e criptoativos. Para a primeira turma de 2023, buscam-se negócios de todas as regiões do país e segmentos de atuação, que apresentem alto potencial de crescimento, diferenciais competitivos claros e um modelo de negócios comprovado pelo mercado.
“Temos visto tendências que apontam para o crescimento de greentechs, ou seja, negócios voltados para energia limpa, combate a mudanças climáticas, crédito de carbono e ESG, e também startups cripto, que têm ganhado mais espaço no mercado de soluções financeiras. Esses tipos de negócios chamam nossa atenção e devem liderar soluções importantes para desafios da sociedade”, diz Guilherme Camargo, Coordenador de Busca e Seleção do Programa Scale-Up Endeavor.
Em 2021, o Scale-Up Endeavor acelerou 249 empresas, lideradas por 533 empreendedoras e empreendedores. Juntas, elas faturaram mais de R$10 bilhões e empregaram mais de 24 mil pessoas no ano passado. Willbank, Cora, Solfácil, Vórtx, Fluency e Sami passaram pelo programa em 2021, enquanto Educbank, Hartb, Kamino, Eureciclo, Agrolend e Carbonext são algumas das participantes deste ano.
Como funciona o programa
A metodologia de aceleração da Endeavor busca ajudar empreendedoras e empreendedores a enfrentar desafios da escala nas frentes de pessoas e cultura, crescimento e estratégias, além de acesso a capital. As jornadas individuais e coletivas contam com a participação de empreendedores como Isis Abbud da Arquivei; Robson Privado, da MadeiraMadeira; Ann Williams, da Creditas; Geraldo Thomaz da VTEX; Maíra Gracini, do Ebanx; Stelleo Tolda, do Mercado Livre; e Mariana Dias, da Gupy.
O programa reúne as scale-ups por setor/modelo de negócios, tipos de desafios de crescimento, maturidade e estágio de captação de recursos, além da experiência prévia das empreendedoras e empreendedores. O objetivo é promover compartilhamento de experiências com pares que estão no mesmo estágio de maturidade e também com pessoas que já passaram pelo desafio e estão alguns anos na frente.
“Ter uma rede de apoio é fundamental para lidar com os desafios de escalar um negócio. Por isso, participar da aceleração faz toda a diferença, possibilitando que as empreendedoras e os empreendedores estruturem as bases que vão levar a empresa a um novo patamar”, diz Camargo.
Participar do Scale-Up Endeavor também oportuniza que as empresas sejam investidas pelo Scale-Up Ventures, fundo de co-investimento de impacto da Endeavor no Brasil. Fundos qualificados da rede Endeavor avaliam a escalabilidade e o potencial de crescimento da scale-up, além de, segundo a organização, resiliência ética e potencial de impacto das fundadoras e fundadores. PagaLeve, Gringo, BHub, IsaLab e Conexa são exemplos de negócios que receberam aportes do fundo.
A aceleração ocorrerá de fevereiro a junho, no formato híbrido, com alguns encontros presenciais em São Paulo. É possível manifestar interesse até 16/12 pelo site.
Diversidade e inclusão
A Endeavor tem realizado iniciativas de busca e seleção de mulheres e pessoas negras à frente de scale-ups para participarem do programa, visando alcançar 40% de representatividade de gênero e de raça na rede até 2025. O site está aberto para receber recomendações de mulheres e pessoas negras empreendedoras.
Com as ações de diversidade e inclusão, a presença de mulheres fundadoras no Scale-Up Endeavor cresceu de 18%, em 2020, para 29% no segundo semestre de 2022. O número está acima dos 9,4% observados no ecossistema de scale-ups, de acordo com o Estudo Female Founders realizado em parceria com a Distrito e B2Mamy.
O percentual de fundadores negros na última turma, que chegou a 17,4%, também é maior que o visto no ecossistema. Segundo o Mapeamento de Comunidades da Abstartups, apenas 5,8% dos fundadores no Brasil são negros.