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Empresários pressionam Maia por melhorias na política ambiental do Brasil

Encontro do grupo, com executivos de empresas como Itaú, Klabin e Santander, será realizado duas semanas após reunião com vice-presidente Hamilton Mourão

MAIA: pressão de empresários sobre agenda ambiental (Ueslei Marcelino/Reuters)

MAIA: pressão de empresários sobre agenda ambiental (Ueslei Marcelino/Reuters)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 28 de julho de 2020 às 06h27.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 06h33.

Um grupo de empresários irá se reunir nesta terça-feira, 28, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A pauta será focada em questões ambientais, como a regularização fundiária, o licenciamento ambiental e a criação de um mercado de carbono no Brasil.

Confirmaram presença na reunião, que será virtual e está marcada para as 10h30, Horácio Lafer Piva, conselheiro da empresa de celulose Klabin; Leila Melo, diretora-executiva do banco Itaú; Patrícia Audi, vice-presidente do banco Santander; Otávio Carvalheira, presidente da operação brasileira da beneficiadora de alumínio Alcoa; e Tânia Cosentino, presidente da operação brasileira da empresa de tecnologia Microsoft.

O encontro é organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), mesmo grupo que se reuniu, há duas semanas, com o vice-presidente Hamilton Mourão para cobrar ações do governo contra o desmatamento. Os empresários saíram otimistas da conversa com Mourão.

Esses encontros com o poder público foram motivados por uma carta, assinada por mais de 50 empresas, entre elas 15 das 20 maiores companhias brasileiras, pedindo providências contra a destruição da Amazônia. No documento, os empresários se mostraram preocupados com a repercussão da política ambiental brasileira no exterior.

“Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país”, afirma a carta.

O governo vem sendo pressionado pelos setores produtivo e financeiro para acabar com a conivência a atividades ilegais na Amazônia. Anteriormente, um grupo de gestores de investimentos que administram 4 trilhões de dólares em ativos também alertou, em carta, sobre a possibilidade do País perder investimentos se continuar com a atual estratégia de “passar a boiada”, como definiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a respeito da desregulação ambiental.

Mourão, por sua vez, procurou amenizar o discurso. Na semana passada, o vice-presidente admitiu que o governo deve agir para conter o desmatamento. Ao mesmo tempo, ponderou que os estrangeiros não conhecem a complexidade da Amazônia. “Os europeus não têm a dimensão disso”, afirmou o vice-presidente. “O nosso projeto inclui a repressão ao desmatamento. Mas só isso não basta. É preciso considerar o zoneamento ecológico, com a regularização fundiária, a infraestrutura e a bioeconomia”.

A reunião dos empresários com Maia acontece um dia depois de seu partido, o DEM, anunciar ao lado do MDB que está deixando o grupo do centrão na Câmara. O movimento, de olho nas eleições de sucessão na casa, pode resultar em um distanciamento ainda maior em relação ao presidente Jair Bolsonaro -- que vem se aproximando do bloco.

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