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É retomada a COP16, da biodiversidade, agora em Roma

Conferência da Biodiversidade foi suspensa no ano passado após falta de quórum para definir temas essenciais, como financiamento e monitoramento das metas

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 12h41.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2025 às 14h16.

Depois da Colômbia, agora é a vez da Itália: líderes mundiais e especialistas em meio ambiente e vida animal se reúnem de 25 a 27 de fevereiro em Roma para a finalização da COP16, a Conferência da ONU para a biodiversidade.

O evento teve seu início no último ano, de 21 de outubro a 2 de novembro, na cidade de Santiago de Cali, na Colômbia, mas as negociações finais foram suspensas devido à falta de quórum. Como temas decisivos ficaram de fora da ata final, a organização da COP16 anunciou que a resolução deverá ser feita ainda neste mês, em uma reunião que está sendo chamada de COP16.2.

Entre os tópicos que precisam ser acordados está o financiamento para a biodiversidade, ou seja, como e quais países devem oferecer recursos para a implementação do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. Trata-se de um conjunto de metas que devem ser seguidas para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais até 2030.

Além disso, a Conferência precisa definir os mecanismos de monitoramento das metas, como os avanços e os retrocessos nas metas da biodiversidade.

Retomada da Conferência

Em entrevista à EXAME, Michel Santos, gerente de políticas públicas do WWF-Brasil, ONG focada na conservação dos recursos naturais, fala sobre a importância dos acordos para o meio ambiente. “A adoção do quadro de monitoramento global é essencial para garantir que os compromissos assumidos se traduzam em ações concretas e mensuráveis”, disse.

Santos ainda afirma que a Conferência deve avaliar a necessidade de novos instrumentos de financiamento a partir de 2030. Para ele, o impasse ocorreu principalmente pela falta de um acordo entre os temas mais complexos. “A falta de estrutura de financiamento para a biodiversidade e a necessidade de maior envolvimento político de alto nível travaram as negociações”, explica.

O que foi definido na COP16?

Apesar dos atrasos, também aconteceram definições importantes: foi aprovado o Artigo 8J, que garante a inclusão das populações indígenas, povos afrodescendentes e comunidades locais nos mecanismos da proteção da biodiversidade. A partir da inclusão do órgão como parte integrante das Conferências da Biodiversidade, é garantido o acesso a recursos de financiamento de seus projetos ambientais.

Além disso, também foi reconhecido o Fundo Cali, um mecanismo de financiamento global voltado para a conservação de sequências genéticas da biodiversidade, que deve ser financiado por setores como farmacêuticas, biotecnologia, cosméticos e alimentos, os mais dependentes desses dados. Foi definido em 1% dos lucros ou 0,1% das receitas das empresas deve ser destinado ao Fundo.

Cada nação receberá uma quantia, mas a parcela varia de acordo com a sua presença de vida selvagem e a produção de dados genéticos de seus animais e plantas.

Resolução dos impasses

Segundo Santos, os três dias de COP16.2 precisarão de decisões rápidas e pragmáticas, ou nada será resolvido. Para o financiamento, ele explica que as nações precisam acordar com a transição dos recursos até 2030, incluindo a reposição do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o compromisso de aportar pelo menos US$ 20 bilhões anuais para países em desenvolvimento até 2030.

Já no monitoramento, ele conta que a adoção do quadro de indicadores permitirá iniciar a implementação do GBF com bases sólidas, evitando novas postergações. “A participação de atores de alto nível político será decisiva para assegurar compromissos concretos”, disse.

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