ExxonMobil: ESG ficou para trás? (Nick Oxford/File Photo/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 28 de maio de 2021 às 14h41.
Última atualização em 28 de maio de 2021 às 14h57.
Uma série de golpes desferidos contra algumas das maiores petroleiras do mundo nesta semana por acionistas e um tribunal holandês mostra que a indústria enfrenta um maior risco de crédito, segundo a Moody’s Investors Service.
Três eventos em 26 de maio cristalizaram a pressão enfrentada pelos maiores produtores para combater a mudança climática: a Exxon Mobil perdeu uma disputa por procuração com um investidor ativista; os acionistas da Chevron repreenderam a administração e votaram a favor de uma proposta para reduzir as emissões dos clientes da empresa; e um tribunal ordenou que a Royal Dutch Shell reduza ainda mais as emissões e em ritmo mais rápido do que o planejado.
“Essas ações representam uma mudança significativa no cenário para as empresas de petróleo, que anteriormente venciam nos tribunais” e conseguiam evitar, em grande medida, votos significativos dos acionistas em questões relacionadas ao clima, disseram analistas da Moody’s em relatório de quinta-feira.
Com limites cada vez mais rigorosos para as emissões, o setor de petróleo tem de acelerar a transição para sair dos combustíveis fósseis, algo que, segundo a Moody’s, provavelmente reduzirá a capacidade de endividamento das empresas, exatamente quando precisam fazer aquisições caras, aumentar investimentos e pesquisas e gastos com desenvolvimento. A mudança em curso também pode significar que as empresas consideradas retardatárias em relação às mudanças climáticas enfrentarão custos de financiamento mais elevados e acesso restrito ao capital, disse a agência de classificação de risco.
Dos três eventos desta semana, o da Exxon foi o mais importante, de acordo com a Moody’s.
“O resultado é vinculante, não pode ser contestado e provavelmente pressagia resultados semelhantes em futuras eleições do conselho de outras empresas de petróleo dos Estados Unidos”, disse.