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A saúde dos povos indígenas no Brasil enfrenta desafios significativos, especialmente nas comunidades remotas (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de abril de 2025 às 10h00.
Última atualização em 22 de abril de 2025 às 16h38.
A ONG Doutores da Amazônia inaugura no próximo sábado, 26, a primeira clínica odontológica do mundo construída dentro de uma aldeia indígena.
Localizada na aldeia Rio Silveira, em Bertioga, litoral paulista, a clínica atenderá gratuitamente cerca de mil indígenas do povo Guarani, que, até então, não tinham acesso a tratamentos odontológicos especializados recorrentes. A ação é pioneira e representa um avanço significativo no atendimento à saúde bucal para as comunidades indígenas do Brasil, fator muitas vezes esquecido no cuidado da saúde da população.
O projeto atuará sem fins lucrativos e tem como objetivo garantir acesso contínuo a tratamentos odontológicos, desde os mais simples até os de maior complexidade, sem a necessidade de deslocamento até centros urbanos distantes.
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A clínica foi construída com o apoio da empresa Dentsply Sirona, fabricante de insumos de saúde odontológica, que forneceu os insumos necessários para os atendimentos odontológicos. O trabalho também conta com apoio de voluntários.
A ONG Doutores da Amazônia tem um histórico de sucesso em levar saúde às comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia. Em 2023, a organização uniu esforços com o Governo do Amapá para levar serviços médicos e odontológicos para o povo indígena Wajãpi, conhecido como "guardiões da floresta", na região oeste do estado.
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A ação "Mais Sorrisos" atendeu mais de 40 mil indígenas, com 3.261 atendimentos médicos em diversas especialidades, incluindo odontologia, pediatria, oftalmologia e ginecologia. Ao todo, 1.087 indígenas foram atendidos, com destaque para os 530 atendimentos odontológicos e os 2.879 procedimentos realizados.
A saúde dos povos indígenas no Brasil enfrenta desafios significativos, especialmente nas comunidades remotas. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no último ano, seis em cada dez indígenas que vivem em zonas urbanas convivem com pelo menos uma doença crônica.
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Hipertensão arterial, problemas na coluna vertebral e colesterol alto são alguns dos diagnósticos mais comuns. Além disso, 35% dos indígenas não aldeados, com 20 anos ou mais, enfrentam duas ou mais enfermidades, o que torna o acesso à saúde ainda mais urgente.