Amazônia: a destruição se deve, principalmente, às fazendas e aos grileiros que desmatam para a pecuária e plantações (Paulo Whitaker/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 6 de janeiro de 2023 às 19h34.
Última atualização em 6 de janeiro de 2023 às 20h11.
O desmatamento na Amazônia aumentou 150% em dezembro em comparação com o mesmo período de 2021, segundo um relatório oficial divulgado nesta sexta-feira que compreende o último mês de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O monitoramento por satélite detectou 218,4 km² de cobertura florestal destruída no mês passado na parte brasileira da maior floresta tropical do mundo, segundo dados do sistema de vigilância por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área, quase quatro vezes maior do que a ilha de Manhattan, aumentou 150% em relação aos 87,2 km² desmatados em dezembro de 2021, segundo o Inpe.
Bolsonaro gerou protestos internacionais durante seus quatro anos no cargo devido a uma onda de incêndios e desmatamento na Amazônia. Sob o seu governo, aliado do agronegócio e negacionista em relação às mudanças climáticas, o desmatamento anual médio na Amazônia aumentou 75,5% em relação à década anterior.
"O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta ainda será sentida por um bom tempo", assinalou Marcio Astrini, secretário executivo da coalizão de grupos ambientalistas Observatório do Clima.
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O último mês de dezembro foi o terceiro pior registrado pelo programa Deter em seus oito anos de existência, depois dos de 2017 e 2015. O desmatamento em 2022 também esteve próximo ou em níveis recorde durante os meses da estação seca (agosto, setembro e outubro), quando o corte de árvores e os incêndios costumam aumentar.
Segundo especialistas, a destruição se deve, principalmente, às fazendas e aos grileiros que desmatam para a pecuária e plantações.
Em seus dois mandatos anteriores (2003-2010), o presidente Lula conseguiu uma forte queda no desmatamento. Ele prometeu retomar os programas de proteção ambiental, lutar pelo desmatamento zero e garantir que o país deixe de ser um "pária" em questões climáticas.
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