ESG

Desigualdade de gênero também domina private equity na Suécia

Apenas 19% dos assentos em conselhos de empresas de portfólio controladas por firmas de private equity são ocupados por mulheres, segundo estudo da HUI Research

 (FatCamera/Getty Images)

(FatCamera/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 16 de julho de 2021 às 12h07.

Última atualização em 16 de julho de 2021 às 12h10.

Em uma das sociedades com maior igualdade de gênero, o setor de private equity mais uma vez se destaca como um bastião surpreendentemente teimoso de domínio masculino.

  • Fique por dentro das principais tendências das empresas ESG. Assine a EXAME.

Apenas 19% dos assentos em conselhos de empresas de portfólio controladas por firmas de private equity são ocupados por mulheres, segundo estudo da HUI Research encomendado pela Associação Sueca de Private Equity e Venture Capital e publicado na quinta-feira. A parcela se compara a cerca de 30% dos assentos em empresas negociadas no índice Nasdaq OMX de Estocolmo. O relatório também citou um “grande desequilíbrio de gênero” no que diz respeito aos próprios comitês de investimento das firmas de private equity, onde as mulheres representam apenas 16%.

O private equity há muito tempo se destaca como uma das áreas das finanças de mais difícil acesso para mulheres. Uma análise da Bloomberg de 2019 revelou que as mulheres respondem por apenas 8% dos cargos de investimento sênior globalmente nas 10 maiores firmas que usam dívidas para aquisições. A falta de diversidade pode ser cada vez mais incômoda, pois os investidores finais, como fundos de pensão, exigem mais sensibilidade social dos gestores externos que contratam.

Participação das mulheres em papéis seniores que fazem investimentos de aquisição

Participação das mulheres em papéis seniores que fazem investimentos de aquisição (Bloomberg/Divulgação)

Algumas firmas de PE já estão reagindo. Com sede em Estocolmo, a EQT, maior gestora de private equity da Europa, deu o passo atípico de vincular um título recente a objetivos específicos de gênero. Na prática, a EQT pagará mais aos credores se não conseguir aumentar o número de mulheres em sua equipe de investimento ou se os conselhos de administração das empresas que controla não atenderem às metas de diversidade de gênero.

Historicamente, tem sido difícil atrair e manter as mulheres no setor. Estudos anteriores apontam para barreiras como o viés inconsciente daqueles que fazem as indicações, bem como uma falta de compromisso com a diversidade em private equity. Mas existem alguns sinais incipientes de melhora, de acordo com Monalotte Theorell Christofferson, presidente da Associação Sueca de Private Equity e Venture Capital.

“A indústria tem trabalhado muito mais ativamente nesse problema nos últimos anos”, disse Theorell Christofferson por telefone. “As empresas têm estabelecido metas para a representação de gênero. Há treinamento sobre o viés inconsciente, e a pressão vem tanto de funcionários quanto de investidores.”

Acompanhe tudo sobre:MulheresPrivate equitySuécia

Mais de ESG

Como negociar no After Market da B3

Setores da saúde e moda ganham diretrizes para unir justiça climática na estratégia empresarial

Capital da Índia fecha todas as escolas primárias devido à poluição; entenda

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada