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Transição energética: Brasil aposta em fontes limpas, mas precisa superar desafios estruturais.
Colunista
Publicado em 9 de abril de 2025 às 16h00.
Última atualização em 9 de abril de 2025 às 16h35.
O Brasil vive um momento decisivo na transição energética. Nos últimos anos, o país consolidou sua posição como um dos líderes mundiais na adoção de fontes renováveis, mas ainda enfrenta desafios estruturais que exigem soluções rápidas e eficazes. Em 2025, o Brasil precisa equilibrar crescimento econômico, sustentabilidade e segurança energética para manter sua trajetória rumo a uma matriz limpa e resiliente.
O Brasil tem uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com mais de 80% da energia proveniente de fontes renováveis. Em janeiro de 2024, o país retomou as negociações para aderir à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), reafirmando seu compromisso com a sustentabilidade. Além disso, a aprovação de incentivos fiscais e regulações favoráveis impulsionaram geração distribuída, energia solar e eólica, permitindo avanços significativos rumo à meta de 95% de energia renovável até 2030.
A mobilidade elétrica também entrou em rota acelerada de crescimento, com as vendas de veículos elétricos atingindo recordes, impulsionadas por incentivos fiscais e investimentos na produção local.
Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta desafios críticos que podem comprometer a transição energética. Um problema que temos é a dependência das hidrelétricas, que torna o sistema vulnerável às mudanças climáticas. A seca de 2012 a 2021, por exemplo, evidenciou a necessidade de uma matriz elétrica diversificada e de fortalecer soluções de armazenamento.
Outro ponto de debate é o futuro da energia nuclear. A conclusão de Angra 3, em construção há décadas, divide opiniões, com argumentos a favor e contrários.
Para avançar na transição energética, o Brasil precisa adotar medidas concretas que atraiam investimentos e fortaleçam a segurança energética. O governo tem enfatizado a estratégia de tornar o país um fornecedor global de biocombustíveis e hidrogênio verde, porém faltam recursos para a implementação de projetos.
A previsibilidade regulatória também é um fator determinante. Investidores buscam estabilidade e incentivos para ampliarem suas apostas no setor de energia limpa. Parcerias internacionais, como acordos com a União Europeia e China para exportação de hidrogênio verde, serão cruciais para transformar o Brasil em um líder global em energia renovável.
O Brasil está em uma encruzilhada: avança na adoção de fontes limpas, mas ainda precisa lidar com gargalos estruturais e decisões estratégicas complexas. A década de 2020 será determinante para consolidar o país como referência mundial em energia renovável. Para isso, será fundamental atrair investimentos, garantir regulação estável e diversificar sua matriz.
A transição energética não é apenas um desafio, mas uma grande oportunidade para o Brasil se destacar na nova economia global, gerando empregos, inovando tecnologicamente e garantindo um futuro mais sustentável para as próximas gerações.