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Decretos energéticos de Trump abrem oportunidades para renováveis brasileiras, diz Paulo Pedrosa

Presidente da Abrace Energia participou de painel com José Aldemir Freire, diretor de planejamento do Banco do Nordeste, e Rodrigo Gelli, diretor técnico da PSR, no evento EXAME Renováveis

Devemos dobrar a aposta na produção de energia limpa e de baixo custo", defendeu Pedrosa (Eduardo Frazão/Exame)

Devemos dobrar a aposta na produção de energia limpa e de baixo custo", defendeu Pedrosa (Eduardo Frazão/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 19h01.

Última atualização em 30 de janeiro de 2025 às 10h23.

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"A questão da energia renovável talvez tenha perdido força, mas continua competitiva e mais forte nas discussões sobre energia. No Brasil, isso é uma vantagem", disse Paulo Pedrosa. O presidente da Abrace Energia esteve presente em painel do EXAME Renováveis, evento realizado com apoio institucional da PSR, fornecedora global de serviços de consultoria, modelos computacionais e inovação em energia.

A discussão foi moderada por Rodrigo Gelli, diretor técnico da PSR, e também contou com a participação de José Aldemir Freire, diretor de planejamento do Banco do Nordeste.

Durante o debate, Pedrosa destacou que enquanto os Estados Unidos voltam a olhar para o gás natural como fonte energética mais barata e competitiva, o Brasil mantém sua vantagem nas renováveis. "Temos um bônus verde, podemos oferecer ao mundo energia barata e competitiva, que contribui para a solução climática global", afirmou.

No entanto, o presidente da Abrace Energia alertou sobre os riscos de perder essa vantagem competitiva devido aos chamados "jabutis" - mecanismos criados para acomodar interesses setoriais nas regulações energética. "Não dá para escolher subsidiar hidrogênio, eólica offshore, térmica e, ao mesmo tempo, buscar competitividade e desenvolvimento. O caminho é um só", argumentou.

Financiamento de energia

José Aldemir Freire trouxe importantes dados sobre o financiamento do setor. O Banco do Nordeste, segundo ele, investiu R$ 4,5 bilhões em financiamento para o mercado livre de energia no último ano. "O Nordeste vive um momento de oportunidade histórica nas renováveis. Não só na eólica e solar onshore e offshore, mas também nas novas fronteiras das renováveis no Brasil, como o hidrogênio verde", destacou.

Contudo, Freire apontou preocupações com os riscos do financiamento no mercado livre: "Financiar no mercado livre é mais arriscado do que no mercado regulado. Não há contratos firmes como nos leilões do mercado cativo". Ele também alertou sobre a necessidade de desenvolvimento regional: "Não podemos ficar dependentes de grandes linhas de transmissão de longa distância. Frequentemente, há gargalos de transmissão".

Um ponto crítico levantado por Freire foi o impacto da energia solar importada sobre a indústria eólica nacional. "A energia solar está abocanhando a eólica, que já tem uma cadeia produtiva nacionalizada", observou.

Eleições americanas, impacto brasileiro?

Pedrosa também comentou sobre o cenário internacional, especialmente no contexto das eleições americanas. "O movimento de Trump quer fortalecer a economia americana com base no que eles têm de barato, que é o gás natural. Para nós, a energia renovável é a opção mais barata e competitiva. Devemos dobrar a aposta na produção de energia limpa e de baixo custo", defendeu.

O debate encerrou com reflexões sobre o futuro do setor. "O modelo do setor energético hoje é baseado em oportunismo e arbitragem. Quem ganha é quem encontra um mecanismo regulatório para jogar custos para os outros. O mercado livre precisa responder a isso. Ele não pode enriquecer traders e geradores em detrimento de toda a sociedade", concluiu Pedrosa.

Freire fez um alerta final sobre os desafios do setor: "O que mais nos preocupa no mercado livre hoje são os cortes de energia na região. Como instituição financeira, ficamos assustados. Isso pode gerar crises ou aumentar as exigências de garantias para financiamento".

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