ESG: sigla para environmental, social and governance foi criada há 15 anos pelo Pacto Global da ONU (Kazuend/Unsplash)
A preocupação crescente do mercado em estar em concordância com o meio ambiente e sociedade tem dado cada vez mais visibilidade ao termo ESG.
ESG é a abreviação em inglês de environmental, social and governance, o que se refere à adoção de critérios ambientais, sociais e de governança. O termo tem feito cada vez mais parte da agenda estratégica de companhias de diferentes setores como base para a tomada de decisões financeiras e de investimentos.
A partir da premissa ESG, outros termos também ficam em evidência, como o capitalismo de stakeholder, modelo de negócio que prioriza todas as partes interessadas ao invés do lucro exclusivamente.
Apesar de ter ganhado notoriedade nos últimos anos, a origem da sigla ESG remete há mais de uma década.
O termo foi cunhado em 2004 em uma publicação pioneira do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de 9 países, chamada Who Cares Wins (Ganha quem se importa).
O documento é resultado de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras do mundo. A proposta era obter respostas dos bancos sobre como integrar os fatores ESG ao mercado de capitais.
A publicação lançada há 15 anos estabeleceu as bases do investimento sustentável, que hoje bate à porta do mercado em caráter de urgência. Até 2025, 57% dos ativos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, segundo um relatório da consultoria PwC.
Do ponto de vista financeiro, a indústria ESG também revela um potencial em ascensão. Os fundos com premissas socioambientais já atingiram a marca de 1 trilhão de dólares.
O montante foi alcançado em 2020, ano em que os fundos ESG cresceram quase o dobro do restante do mercado, à medida em que crescia o interesse por investimentos de menor impacto e maior resiliência, de acordo com levantamento da Morningstar. A mesma pesquisa da PwC sugere que 77% dos investidores irão abandonar produtos fora da ordem ESG até 2022.
A onda que atinge primeiro a Europa e os Estados Unidos também já chegou ao Brasil, ainda que em menor escala. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos brasileiros que seguem os padrões de sustentabilidade e governança dobraram de tamanho no último ano e chegam a 1 bilhão de reais.
O contexto atual também dá poder ao consumidor como nunca antes. Compradores podem resolver abraçar ou abandonar velhas premissas que baseavam suas decisões de compra por produtos que não consideravam o impacto social em comunidades e que contribuem com o esgotamento de recursos naturais e com as mudanças climáticas.
O amplo conceito de propósito e engajamento social tem ganhado novos traços com a pandemia, e influenciado cada vez mais os consumidores a escolherem marcas que apoiem causas e tenham direcionamentos de menor impacto.
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