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Esta tecnologia pode purificar a água com o poder da luz do sol (LEONELLO CALVETTI/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 26 de junho de 2023 às 17h02.
Muito mais do que um recurso para os negócios, a água é fundamental para a existência da vida humana. É finita, mas não acaba: se transforma, se desloca e pode ser contaminada e deixar de ser aproveitável. A água foi o tema do debate de painel do Mês do ESG, promovido por Exame durante o mês de junho, com a participação de Patrícia Furtado de Mendonça, fundadora e CEO da Acqua Mater, e Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea.
Foi Mendonça quem falou sobre a importância e a definição da água: “Sem água não há vida e a água é a manutenção da vida. Todas as moléculas de água do planeta permanecem as mesmas, elas apenas se deslocam do mar para outros locais, mas sempre voltam para o mar. O problema é que elas voltam contaminadas, com poluição ou outros componentes químicos”, disse ela.
Por causa disso, destacou Carlos, o Brasil, apesar de deter 12% de toda a água doce do planeta, tem cerca de 35 milhões de habitantes sem acesso à água potável. “É quase um Canadá inteiro em termos de população. Como temos, desde o nascimento, água com facilidade saindo da torneira, criamos um descompromisso com este recurso tão valioso e deixamos de cuidar”.
Assim se faz fundamental o avanço do marco legal do saneamento básico, que foi modernizado em 2020 após 13 anos de sua criação, em 2007, sem dar um salto importante nas questões sanitárias do País. No novo marco legal foram instituídas metas, como ter, em 2033, 99% da população com acesso à água potável e 90% com esgoto tratado, com necessidades de investimentos na casa dos R$ 700 bilhões.
“É importante, portanto, a parceria das empresas públicas com as privadas, porque nem um setor e nem outro dispõe de tanto dinheiro para investir sozinho. Precisamos de todos juntos”, avaliou Carlos.
Ele disse acreditar que as recentes medidas que travaram o avanço do marco legal do saneamento serão resolvidas para que o processo continue a prosseguir. “Precisamos resolver. Pessoas morrem por falta de saneamento”.
Mendonça concorda: “É enorme o número de doenças que surgem e se espalham pela falta de saneamento básico. O Brasil, tão avançado tecnologicamente em alguns pontos, não pode deixar essas coisas ocorrerem”.