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COP28: Empresários conversam em evento promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil, em Dubai (Pacto Global da ONU no Brasil/Reprodução)
Repórter de ESG
Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 11h05.
Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 15h53.
De Dubai*
Os desafios para descarbonizar as operações, principalmente, as emissões indiretas (de escopo 3) de gases de efeito estufa é uma pauta que une as empresas dos mais diferentes setores por um objetivo em comum. Pensando nisto, executivos da CPFL Energia, CBA, Citrosuco e Vivo compartilharam as dores e as boas práticas até aqui. A conversa aconteceu no Transição no Sul Global: Construindo uma Economia Net Zero, evento promovido nesta sexta-feira, 8, pelo Pacto Global da ONU no Brasil, em Dubai, durante a COP28.
Ter as metas aprovadas nos três escopos é uma tarefa desafiadora que, segundo Orlando Nastri, gerente de ESG da Citrosuco, pode ser possível com colaboração, uso de dados e participação em organizações como o SBTi (do inglês, Science Based Target Initiative).
“O desafio de todas as companhias para a descarbonização agora é o gerenciamento climático. Por isto, instituímos uma plataforma de gerenciamento climático automatizado que vincula as emissões de carbono com os gastos de cada insumo e serviço da companhia, isto faz com que todos se envolvam e o resultado fique mais próximo do esperando quando a meta foi instituída", afirmou Nastri. Ainda em relação à importância das finanças, a Citrosuco tem 350 milhões de dólares atrelados ao crédito verde e à descarbonização.
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No caso da CPFL Energia, foram mais de 20 compromissos públicos lançados no final do ano passado. Em um ano de atividade, a empresa já conseguiu avançar em seis dessas metas de descarbonização. “É uma jornada permanente de evolução, então precisamos sempre incluir novos temas e metas. Além disto, é preciso reforçar o valor da prática para o negócio, especialmente quando todos os fundos investindo na nossa empresa são de alto compromisso com sustentabilidade”, disse Rodolfo Sirol, diretor de meio ambiente e sustentabilidade da CPFL Energia.
Para Leandro Campos de Faria, head de sustentabilidade da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a é necessário ter estabelecimento de metas claras, estratégia e mais compartilhamento de tecnologia e metodologias. “A democratização das tecnologias é fundamental. Não é mais sobre abordar o case da empresa A ou B na área de descarbonização, mas sim pensarmos juntos no que queremos nessa seara", diz.
Um exemplo do executivo é a possibilidade de uma conversa que aborde da produção ao uso final, com diferentes empresa. "O alumínio está presente em diferentes lugares, então porque não abordamos o case desde a reciclagem e produção do alumínio até ele virar um carro da CPFL?”. Um dos objetivos da CBA, é aumentar a quantidade de conteúdo reciclado, com 0,5 tonelada de carbono em cada tonelada de alumínio por produto reciclado.
A tecnologia também é fundamental para a empresa de telecomunicações Vivo, não apenas para descarbonizar a operação, como para influenciar outras companhias. "A digitalização é alavanca para descarbonizar outros setores a partir de serviços como nuvem, que reduz deslocamentos e emissões ", diz Ana Letícia Senatore, gerente de Sustentabilidade da Vivo. Na companhia, a influência também afeta o grupo Telefônica, uma vez que o Brasil é tão importante na estratégia de sustentabilidade como os principais mercados: Espanha, Alemanha e Reino Unido.
A companhia, que faz parte do Pacto Global da ONU há doze anos, conta com a meta de reduzir as emissões de carbono em 90% para 2030 – além de diminuir em 56% as emissões em toda a cadeia de valor (escopo 3) e alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2040.
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- Com colaboração de Fernanda Bastos