Economia circular: no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Ambipar, pesquisadores estudam maneiras de transformar resíduos em produtos. (Ambipar/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 14 de março de 2023 às 15h23.
Restos de cápsulas de medicamento que se transformam em sabonetes de colágeno; cinzas de cascas de eucalipto e de pinus em nutrientes para o solo, cascas de camarão em ração para cachorros e gatos, lodo em condicionador de solo. Já imaginou um mundo em que qualquer resíduo possa ter um destino que não seja o aterro sanitário? Isso hoje já é possível!
A Ambipar, líder no país em gestão ambiental e primeira empresa do setor listada na B3, tem um laboratório próprio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, onde elabora projetos personalizados para transformar materiais que iriam para aterros em produtos com valor agregado. Hoje, a empresa já possui 14 patentes de novos produtos originados de resíduos. “Muitas empresas têm dúvidas sobre como implementar e, sobretudo, mensurar suas políticas de Environmental, Social and Governance (ESG)”, diz Onara Lima, diretora de sustentabilidade da Ambipar. “O nosso papel, portanto, é materializar isso e mostrar como podem obter melhores resultados.”
Desde 2016, a companhia é parceira da Klabin na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da Unidade Puma, no Paraná. Nos últimos seis anos, a taxa de reúso/reciclagem de resíduos da empresa, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, saltou de 93% para 97%. “Nosso objetivo com a central de resíduos não é ganhar dinheiro, mas transformar resíduos em produtos e dar a eles o destino adequado”, diz Júlio Nogueira, gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Klabin.
Na empresa, o lodo descartado pelo tratamento de efluentes se transforma em condicionador de solo e outros resíduos substituem o cimento na fabricação de blocos para pavimentação de calçadas e estradas rurais e também como corretivos de solo.
Com isso, a Klabin consegue, com a ajuda da Ambipar, não só gerar valor para o resíduo que produz, como beneficiar participantes de seus programas socioambientais, como agricultores familiares e comunidades tradicionais (indígenas). “Os resíduos que nós geramos são tratados e transformados em produtos ou insumos, alguns são entregues para apoiar na produção de hortifruti de pequenos agricultores, por exemplo; esse hortifruti, por sua vez, é comprado por nós para uso interno nas fábricas e os produtos também são utilizados em nossas áreas de florestas plantadas, formando o ciclo da economia circular”, explica Nogueira.
Outra ação importante da Ambipar para área será iniciada em março. A empresa vai lançar um marketplace para conectar geradores de resíduos a compradores homologados interessados em transformar resíduos em insumos. “As empresas e as pessoas estão habituadas a ver coisas rotineiras, como reciclagem de plástico, papelão e metais. Mas o desafio aumenta quando a solução é voltada a resíduos industriais complexos. E é aí que nós entramos”, afirma Gabriel Estevam Domingos, diretor de PD&I da Ambipar.
E, assim, a empresa vai contribuindo para que companhias de diversos setores minimizem seus impactos ambientais e sigam com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, protegendo o meio ambiente e gerando valor para os stakeholders. “Quando olhamos para o final da cadeia produtiva, não vemos resíduos, mas sim oportunidade de negócio”, diz Onara.
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