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Compras corporativas podem movimentar trilhões em impacto positivo, diz estudo

O mercado é avaliado hoje em US$ 2,5 bilhões, mas seu potencial pode ultrapassar US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) e transformar a cadeia global de fornecedores

Oito em cada dez corporações já reconhecem a importância das compras de impacto em suas estratégias e para cumprimento de metas ESG (Reprodução)

Oito em cada dez corporações já reconhecem a importância das compras de impacto em suas estratégias e para cumprimento de metas ESG (Reprodução)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 20 de março de 2025 às 17h05.

Última atualização em 20 de março de 2025 às 17h08.

As compras corporativas, atualmente avaliadas em US$ 2,5 bilhões (R$ 14,2 bilhões), estão muito aquém do seu potencial e têm o poder de se tornar uma alavanca na geração de impacto socioambiental positivo.

É isto que revela uma nova pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (20) durante o Fórum Impacta + em São Paulo, realizada pela rede global Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) e Yunus Negócios Sociais, com apoio da SAP.

Os dados mostram que as compras de impacto podem chegar a US$ 500 bilhões (R$ 2,6 trilhões) e tem potencial de impulsionar mudanças sustentáveis em diversos setores e suas respectivas cadeias de fornecimento.

Além disso, poderiam ser uma solução de longo prazo para o financiamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), hoje com um déficit de US$ 1 trilhão.

A prática considera qualquer aquisição de materiais ou serviços por uma empresa e se consolida como uma ferramenta estratégica para atingir metas ESG (ambientais, sociais e de governança). Entre os participantes do estudo, 56,4% eram negócios de impacto social, 9,9% coorporações, 1% governos e o restante outras organizações do ecossistema.

A 3Corações, Audi, L'Oréal, Mars, Pepsico, Porto Seguro, RaiaDrogasil e Zurich fazem parte das grandes companhias. 

De acordo com a sondagem, oito em cada dez corporações já reconhecem a importância das compras de impacto em suas estratégias. Além disso, o Fórum Econômico Mundial ressaltou que cerca de dois terços de todo o impacto vêm de sua cadeia de valor.

Case da SAP

A SAP, por exemplo, possui uma plataforma que movimenta US$ 3,75 trilhões em transações anuais, conectando mais de 5 milhões negócios.

Para Kate Booth, diretora de Responsabilidade Social Corporativa da SAP, as compras de impacto podem ser uma "força de transformação sustentável e inclusão econômica" ao conectar empresas e fornecedores.

A gigante de tecnologia é uma das grandes parceiras da Ecoa, coalizão que busca impulsionar negócios sustentáveis e inclusivos dentro deste mercado.

Desafios e soluções

Mesmo com um potencial gigantesco e trilionário, o mercado de compras corporativas enfrenta barreiras para conseguir expandir.

Para as corporações, a maior dificuldade está na definição de políticas claras que integrem os aspectos sociais e ambientais de suas aquisições. O foco tem sido a sustentabilidade ambiental, com prioridade para questões climáticas e de preservação.

No entanto, a mensuração dos impactos socioeconômicos nas cadeias de fornecimento segue sendo um desafio. Por isso, muitos processos de seleção continuam priorizando custo e eficiência, o que dificulta a inclusão de fornecedores sustentáveis.

A pesquisa também aponta que muitos destes negócios são pequenos e tem recursos limitados, logo passam por dificuldades para cumprir as exigências exigidas pelas corporações.

Segundo os dados, 70,2% deles enfrentam desafios na identificação e conexão com os decisores corporativos. Uma das soluções seria a criação de plataformas e redes de contatos que possam ajudar no acesso dos pequenos empreendedores aos líderes corporativos.

No Brasil, a Coalizão para Compras de Impacto (Ecoa) tem se destacado como uma iniciativa multissetorial para acelerar essa transição.

Ao unir grandes empresas, organizações e fornecedores de impacto, a Ecoa busca estabelecer parcerias duradouras que ajudem a financiar soluções verdes.

Flora Bracco, da ANDE, reitera que conectar as necessidades das grandes empresas com as ações de pequenos negócios tem o potencial de desbloquear este mercado que já é responsável por mais de 50% dos empregos na América Latina.

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