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Com US$ 1,7 bilhão para filantropia no mundo, Bloomberg apoia cultura e empreendedorismo no Brasil

Em visita à São Paulo, Nancy Cutler, head de filantropia corporativa para as Américas na Bloomberg LP, e Malia Simonds, líder de filantropia corporativa da Bloomberg no oeste dos EUA e América Latina, falaram à EXAME com exclusividade

Nancy Cutler e Malia Simonds, da Bloomberg (Bloomberg/Divulgação)

Nancy Cutler e Malia Simonds, da Bloomberg (Bloomberg/Divulgação)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 8 de setembro de 2023 às 08h30.

O ex-prefeito de Nova York e fundador da Bloomberg L.P, Michael Bloomberg, foi o quinto maior doador de recursos para instituições de caridade no ano passado. Para administrar os cerca de 1,7 bilhão de dólares distribuídos globalmente, Bloomberg tem uma equipe dedicada à filantropia, que busca não só redirecionar parte da fortuna do bilionário -- estimada em 76,8 bilhões de dólares - como também engajar clientes e funcionários nos temas mais urgentes da humanidade: combate à fome, transição energética, entre outros.

No Brasil, cerca de 40 instituições são apoiadas pelo braço de filantropia da Bloomberg L.P. Em visita à São Paulo, Nancy Cutler, head de filantropia corporativa para as Américas na Bloomberg LP, e Malia Simonds, líder de filantropia corporativa da Bloomberg no oeste dos Estados Unidos e na América Latina, falaram à EXAME com exclusividade.

Durante uma semana, as executivas visitaram no país organizações beneficiadas, como na Pinacoteca de São Paulo, e se reuniram com o time brasileiro. "Temos um time dedicado à filantropia baseado em São Paulo, mas que também olha para outras regiões da América Latina", explica Nancy. No mundo, os investimentos são direcionados para 700 cidades de 150 países.

De acordo com as executivas, apesar da capilaridade global, a ideia é sempre promover o desenvolvimento local. “Estamos focados em ter um impacto local ao entender as necessidades de cada comunidade, prover soluções e conectar com parceiros”, diz Malia.

A pandemia da covid-19, contudo, acelerou o contexto de filantropia e promoveu mudanças nas necessidades. “A insegurança alimentar aumentou. Apoiamos vários projetos que entregam refeições a quem mais precisa ou promove educação para a gastronomia e o desperdício de alimentos”, diz Nancy. Exemplo disso é o apoio à Gastromotiva, ONG com atuação em 33 municípios de nove estados brasileiros. “Visitamos o restaurante-escola da Gastromotiva no Rio de Janeiro e vimos de perto o trabalho incrível feito por lá”.

De olho no impacto social, a Bloomberg L.P escolhe também apoiar projetos de cultura e artes. Um dos destaques é para a Bienal de São Paulo, uma parceria que ocorre desde 2010. “Neste ano lançamos o conteúdo da Bienal em um aplicativo gratuito, em inglês e português, que pode ser usado no local como um guia para visitar os 121 artistas e suas obras, ou mesmo acessado em qualquer outro lugar, e ser usado em escolas, por exemplo”, diz Malia. Para ela, esta é uma forma de apoiar o evento e de apresentá-lo para mais pessoas ao redor do mundo.

Engajamento dos funcionários e clientes

Com a adoção das práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), as companhias estão mais atentas à geração de impacto de suas operações e como mitigar danos nas comunidades. Neste contexto, os clientes da Bloomberg têm entendido mais a importância da filantropia. “Como temos esta atuação há muitos anos, não há um esforço para convencê-los da importância da prática. O que temos feito é compartilhado o nosso trabalho para que eles entendam como fazer e ter os melhores resultados”, comenta Nancy.

Para os funcionários, o tema é parte da cultura. Exemplo disso é pela busca do rápido apoio às questões emergenciais. “Temos uma rede de funcionários em diferentes partes do mundo que nos informa como estão seus locais, quais organizações podemos apoiar, etc.”.

Além disso, eles podem contribuir com doações financeiras por meio de programas como o Bloomberg Dollars For Your Hours, que permite que os funcionários que atingem um determinado número de horas de voluntariado por ano selecionem uma instituição de caridade para a Bloomberg doar 2.500 dólares (para 25 horas de voluntariado) ou 5.000 dólares (para 50 horas de voluntariado) em seu nome. “Tudo isso é feito de forma prática, direto de um terminal, e incentiva os funcionários a conhecerem as instituições”, diz Nancy.

Ela mesma é um exemplo da efetividade das iniciativas internas. “Tive a oportunidade de conhecer o trabalho da Casa Ronald McDonald, que oferece moradia para famílias que estão em tratamento de câncer com crianças pequenas. Isto sem custo ou com um custo muito baixo para as famílias que ficam lá. O projeto é tão incrível que acabei me apaixonando, fazendo voluntariado, doações e me tornei presidente do comitê do conselho sobre engajamento voluntário. É esse tipo de iniciativa que queremos, e temos conseguido, com parceiros e funcionários, um engajamento apaixonante”.

Transformação por meio da capacitação

Outra forma de promover a transformação na sociedade é usar a força da rede de funcionários e de parceiros para promover capacitações. Exemplo disto foi a realização de um Bootcamp especial de Python patrocinado pelo grupo de diversidade de gênero da companhia em parceria com a escola de programação Let’s Code. “A equipe de Filantropia Corporativa e Global Data da Bloomberg em São Paulo desenvolveu um curso de oito semanas para explicar e auxiliar em aplicações práticas do Python, incluindo como usá-lo numa plataforma da Bloomberg. Isto traz mais diversidade para o mercado e inclusão das mulheres”, diz Malia.

Em outra ocasiões, a Bloomberg apoiou o ensino de inglês para jovens da periferia em programas de dois anos. “Sabemos com falar o inglês é importante para a a colocação no mercado de trabalho brasileiro. É natural que nós apoiemos uma ação como essa”.

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