ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Com descontos de até 70%, GPA e Food To Save firmam parceria para evitar desperdício de alimentos

Companhias querem evitar que 1,5 tonelada de mantimentos vá para o lixo ainda este ano; estratégia integra iniciativas de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar e colabora com o plano de expansão geográfica da startup, que passa a atuar também no Nordeste

Durante projeto-piloto, realizado em cinco lojas durante 10 dias, 95% das sacolas surpresas foram vendidas (Juan Rosa e Larissa Worms/Estúdio Nomadê/Divulgação)

Durante projeto-piloto, realizado em cinco lojas durante 10 dias, 95% das sacolas surpresas foram vendidas (Juan Rosa e Larissa Worms/Estúdio Nomadê/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 16h57.

Última atualização em 2 de outubro de 2024 às 17h00.

Tudo sobreGPA (Grupo Pão de Açúcar)
Saiba mais

Uma parceria entre a varejista Grupo Pão de Açúcar (GPA) e a startup Food To Save pode evitar o desperdício de 1,5 tonelada de alimentos até o final do ano. Além de evitar que mantimentos em bom estado acabem no lixo, a união das empresas também colabora com a estratégia ESG da primeira e com os planos de expansão geográfica da segunda.

As lojas das redes Pão de Açúcar e Extra, das quais o GPA é dono, vão passar a preparar sacolas surpresa -- quando o cliente não sabe o que vai receber -- com itens doces, salgados ou mistos prontos para consumo imediato, próximos ao vencimento ou que estejam fora do padrão visual – alimentos que normalmente acabam no lixo.

A partir dessa parceria, as sacolas surpresas serão disponibilizadas para compra no aplicativo da startup, vendidas com descontos de até 70% e disponíveis para retirada ou entrega.

O projeto-piloto, realizado em cinco lojas durante 10 dias, obteve resultado positivo: 95% das sacolas preparadas foram vendidas, evitando que os materiais fossem descartados. As companhias agora atuam juntas para que a iniciativa chegue a 200 lojas das varejistas do GPA.

Lucas Infante, CEO e cofundador da Food To Save, conversou com exclusividade à EXAME. Para ele, a iniciativa se conecta com o propósito da startup. “A parceria com o Grupo Pão de Açúcar tem total relação com a nossa estratégia de negócio, que é combater o desperdício de alimentos no varejo”, conta.

Infante ainda afirma que agregar o porte e a tradição do GPA à Food To Save traz um impacto medido além das partes ambiental e financeira, mas também no potencial de reeducação do setor supermercadista e do varejo sobre as práticas ambientais.

Expansão geográfica da Food To Save

A parceria vai atingir, ao todo, 70 cidades do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, o que representa um salto na Food To Save. O GPA, que conta com mais de 700 lojas físicas e e-commerce no Brasil, possui uma atuação estruturada e fidelizada em capitais nordestinas, expansão que faltava à atuação da startup.

O CEO conta que a parceria rompe as fronteiras das regiões em que a Food To Save já atua atualmente, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “Seguimos com o objetivo de pintar o Brasil de laranja e de movimentar todas as capitais e cidades brasileiras contra o desperdício de alimentos”, explica. “A ação amplia ainda mais o impacto e a capacidade da empresa de levar tecnologia de impacto, com os nossos parceiros e nossos usuários, em outras regiões do Brasil.”

Para o GPA, foco é ESG

Do lado do Grupo Pão de Açúcar, além de conectar com a estratégia de sustentabilidade e geração de resíduos da companhia, a perda da produção também tem um valor econômico. Todo item que vai ao lixo é uma venda a menos.

Segundo a companhia, o lado financeiro também viu benefícios a partir da diminuição no desperdício. Em uma das lojas onde o piloto estava em andamento, foi possível reduzir a quebra (ou seja, o desperdício da produção) na área de padaria em 35%, o que demonstra o potencial do projeto.

O principal objetivo da empresa na parceria é evitar o desperdício de alimentos, problema enfrentado por toda a cadeia dos supermercados. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o desperdício de alimentos bons para o consumo em 2022 gerou a perda de R$ 7,6 bilhões para os estabelecimentos do setor.

Para Renata Amaral, gerente de sustentabilidade do GPA, a união das empresas integra as demais ações de diminuição do impacto socioambiental já utilizadas pelo Grupo. “As ações vão desde as lojas, com o desenvolvimento de embalagens que aumentem a vida de prateleira do produto, até o trabalho com o cliente, identificando no ponto de venda qual o nível de maturação dos alimentos, o que evita que o desperdício aconteça em casa, após a compra”, explica.

Amaral destaca que outras iniciativas são implementadas, como promoções para itens próximos ao vencimento e a doação de mantimentos próprios ao consumo, mas que não podem ser vendidos, como frutas que se soltaram do cacho.

A gerente ainda conta que reduzir a taxa de alimentos desperdiçados colabora também para a redução da pegada de carbono da companhia. “O combate ao desperdício de alimentos colabora com a redução das nossas emissões, o que nos faz buscar cada vez mais uma economia de baixo carbono”, conta.

Para Infante, a parceria tem ainda o papel de endereçar que grandes marcas precisam, mais do que nunca, agir contra o desperdício de alimentos. “Temos discutido cada vez mais com nossos parceiros que, em um país tão desigual quanto o nosso, onde temos milhões de pessoas passando fome, conseguimos realmente mudar esse ponteiro”, explica.

Acompanhe tudo sobre:StartupsGPA (Grupo Pão de Açúcar)Pão de AçúcarExtraIndústrias de alimentosSupermercadosVarejocomida-e-bebida

Mais de ESG

Financiamento climático é a esperança para países em desenvolvimento na COP29; entenda

Total de empreendedoras que são mães mostra resistência do mercado em contratá-las, diz Ana Fontes

COP29: Ativistas cobram taxação de super-ricos em dia focado em financiamento

Senado aprova projeto que cria mercado de carbono regulado no Brasil