Projetos sociais: antes de defini-los, a CPFL consultou as comunidades locais (CPFL/Divulgação)
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Publicado em 29 de outubro de 2021 às 09h33.
Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 11h13.
Foi na chamada "esquina do Brasil", como é conhecido o município de Touros, no Rio Grande do Norte, que a CPFL instalou seu complexo eólico, a um custo aproximado de 397 milhões de reais.
Chamado de Gameleira e dividido em quatro parques, ele foi inaugurado em setembro de 2021 e suas 23 torres, de 120 metros de altura, têm capacidade potencial instalada de geração de 81,65 MW, o suficiente para abastecer um município de 488.000 habitantes.
“Para a comunidade, testemunhar a implantação de um projeto dessa magnitude em seu entorno pode ser um choque de realidade muito grande”, diz Rodolfo Sirol, diretor de meio ambiente e sustentabilidade da CPFL.
Em Touros, a desigualdade social é grande e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,572, considerado baixo para os padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
“Faz parte da nossa essência contribuir para melhorar as condições de vida das populações que vivem nas regiões em que atuamos e sermos bons vizinhos, pois construímos relacionamentos de longo prazo”, acrescenta Sirol. “Um grande aprendizado adquirido pela CPFL ao longo dos anos é que o bom relacionamento com o entorno gera bons frutos para todos.”
Seis comunidades — a mais populosa com 3.200 habitantes, a menor com apenas 600 pessoas — ladeiam os quatro parques do complexo eólico Gameleira.
O primeiro passo para estreitar os laços com todas elas, e apresentar os planos da companhia, foi a criação, dois anos atrás, de um Centro de Comunicação Social (CEC).
Situado na comunidade de Boqueirão, o CEC é um espaço no qual um representante da empresa, contratado localmente, ajuda a sanar divergências e presta esclarecimentos.
A partir de um processo de consulta às comunidades locais, a companhia definiu os projetos sociais que têm contribuído para construir competências e diminuir as desigualdades da região.
“Um erro comum do investimento social é chegar com ideias predefinidas”, alerta o diretor de meio ambiente e sustentabilidade da CPFL. “É preciso ouvir as comunidades para descobrir quais são as iniciativas que serão mais proveitosas para cada uma delas”.
Até aqui, 319 moradores locais foram beneficiados por capacitações e cursos. Cinco destes, focados em alimentação, corte e costura e ciências agrárias, foram promovidos em parceria com instituições de referência como Sebrae e Senai.
E houve ainda sete palestras e seis eventos. “Buscamos ‘ensinar a pescar’”, resume Sirol. Em outras palavras, o que a CPFL ambiciona é deixar um legado positivo nas comunidades impactadas, o que envolve empregos temporários, durante as obras, e atividades econômicas mais duradouras.
Um dos projetos tirados do papel, no qual foram investidos aproximadamente 194.000 reais, promoveu consultorias, oficinas e cursos para os produtores rurais da região. Eles viviam somente da produção de tubérculos, frutas e mel e agora podem produzir e vender produtos bem mais competitivos.
Já a oficina de corte e costura, que consumiu pouco mais de 87.000 reais de investimento, reuniu 42 mulheres, que agora se enxergam com uma nova profissão. “Esse conhecimento ninguém vai tirar de nós”, afirma Isabel Miguel da Silva, uma das alunas, que vive na comunidade do Boqueirão.
Apelidada de “carreta literária”, a estrutura com 500 livros está estacionada em Touros desde junho de 2021. A biblioteca móvel, doada para a região, é fruto de uma parceria da CPFL Renováveis com o Instituto CPFL. Este foi criado em 2003 e está sediado em Campinas, em São Paulo, estado no qual a atuação do grupo CPFL está concentrada — foi onde a companhia surgiu, em 1912.
“Procuramos atuar de maneira capilarizada em todas as regiões que atuamos: Nordeste, Sudeste e Sul. As distribuidoras se concentram em São Paulo e no Rio Grande do Sul. No entanto, os impactos da construção do complexo de Gameleira são muito maiores que os outros empreendimentos do grupo, por isso decidimos concentrar esforços e investimentos lá”, explica Mário Mazzilli, diretor superintendente do instituto.
A organização é o braço que unifica os programas sociais, esportivos e culturais do grupo, responsável por 15% da rede elétrica do país e presente em cerca de 700 municípios brasileiros. Um de seus frutos mais conhecidos é o Café Filosófico, programa de TV 100% produzido por ele e exibido pela TV Cultura desde 2003.
O instituto também foca no aumento da qualidade do serviço das instituições públicas de saúde – com o projeto CPFL nos Hospitais, no estreitamento de laços do Brasil com a China, entre outras iniciativas.
O programa CPFL Jovem Geração se vale da música, da cultura, da literatura e do esporte para ajudar crianças e adolescentes a driblar vulnerabilidades sociais. Em 2020 foram beneficiados 7.000 jovens, em 2021 foram firmadas parcerias com 123 instituições em 29 cidades.
“No ano passado, começamos a levar esse projeto para dentro das escolas públicas”, comemora o diretor superintendente. “É um caminho que contribui com a continuidade às iniciativas”, conta Mazzilli.