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Citi acredita que ações nos Estados Unidos vão subir menos neste ano e que boas oportunidades estão em emergentes (Chris Helgren/Reuters)
Leo Branco
Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 13h08.
Segundo o Citigroup, a rápida implementação de um imposto sobre o carbono provavelmente levaria a um aumento significativo das perdas com empréstimos do banco para certas empresas de petróleo e gás.
Em um cenário calculado pelo banco, que aplicou um imposto de US$ 50 a cada tonelada de dióxido de carbono produzida por empresas de exploração e produção durante um período de três anos, o Citigroup registraria um “aumento significativo, mas administrável, na perda esperada”, segundo relatório divulgado na quinta-feira.
“É um exercício interessante testar uma carteira de clientes em um esquema de preço de carbono de início rápido e entender o que acontece e quais clientes são resilientes e quais são os ingredientes para a resiliência”, disse Val Smith, diretora de sustentabilidade do Citigroup, em entrevista.
O Citigroup publicou o relatório - o segundo desse tipo - como parte do compromisso da empresa de implementar uma série de recomendações feitas pela Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima. Para a iteração mais recente do relatório, os acionistas pediram ao banco que avaliasse mais riscos climáticos de curto prazo que clientes do Citigroup poderiam enfrentar, disse Smith.
Ao longo do relatório, a instituição fez uma distinção entre riscos de transição - aqueles relacionados à transição da economia para o uso de menos carbono, como novas políticas ou tecnologias climáticas - e riscos físicos, incluindo aqueles produzidos pelos impactos físicos da mudança climática, como a elevação dos níveis do mar ou eventos climáticos extremos.
Ao avaliar seu portfólio, o Citigroup descobriu que empresta a 25 setores que enfrentam um alto nível de risco de transição ou risco físico.
“Foi importante publicar essas informações para que nossos investidores e outras partes interessadas possam realmente começar a entender onde temos exposição e quanto disso é um risco climático mais elevado”, disse Smith. “Isso dá informações sobre onde vamos nos concentrar.”
Wall Street enfrenta cada vez mais pressão para medir e abordar melhor os impactos de seus empréstimos na mudança climática. O Citigroup, um dos maiores credores para empresas de energia, disse no início deste ano que vai medir e divulgar as emissões vinculadas à sua carteira de empréstimos e que trabalha para financiar US$ 250 bilhões em atividades sustentáveis até 2025.
O Citigroup já começou a fazer lobby com o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, e com o Congresso para aprovar soluções “ambiciosas” contra a mudança climática, disse o CEO do banco, Michael Corbat, no relatório de quinta-feira.