ESG

CEO da BlackRock defende capitalismo ativista entre empresários

Executivo da maior gestora de ativos do mundo enfatizou a necessidade de as empresas responderem à injustiça racial, desigualdade econômica e degradação ambiental

 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 26 de abril de 2021 às 17h56.

Se o diretor-presidente da BlackRock, Larry Fink, já teve dúvidas sobre como influenciar questões importantes como mudança climática e direitos de voto, agora já não tem.

Em entrevista no Bloomberg Green Summit, o CEO da gestora de ativos disse que tem sido muito claro sobre esses assuntos. “Nos últimos 12 meses consecutivos, recebemos US$ 527 bilhões, portanto, nossa voz está ressoando entre nossos clientes.”

Incentivado pelos recursos recordes para sua empresa, Fink está entre os líderes mais proeminentes em finanças a abraçar os ideais do capitalismo ativista e tem exercido a influência conquistada com a administração de US$ 9 trilhões para levar outros na mesma direção.

Em sua carta anual aos CEOs em janeiro, o executivo enfatizou a necessidade de as empresas responderem à injustiça racial, desigualdade econômica e degradação ambiental - questões tradicionalmente deixadas para o governo.

Mais recentemente, a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, e o próprio Fink assinaram uma carta defendendo o direito de votar e se opuseram a quaisquer “medidas que restrinjam ou impeçam qualquer eleitor de ter uma oportunidade igual e justa de votar”. A carta de 14 de abril seguiu a aprovação em março de uma lei da Geórgia amplamente vista com potencial de limitar o acesso de eleitores no estado.

“Acredito que nossa voz é fundamental nas comunidades onde trabalhamos”, disse Fink. “Se você olhar para as empresas que têm voz”, empresas que têm um forte capitalismo ativista como parte de seus princípios, “essas companhias mostram melhor desempenho do que as silenciosas”.

Embora Fink reconheça que é a “maior voz” no setor de gestão de ativos, dificilmente é o único CEO a adotar uma postura ativista. A carta sobre o direito de voto foi assinada por centenas de líderes corporativos, como Ken Frazier, da Merck & Co., Shari Redston, da ViacomCBS, e Michael Dell, da Dell Technologies.

O ativismo corporativo em questões sociais se tornou uma força tão grande que o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, em resposta ao clamor sobre a lei eleitoral da Geórgia, advertiu os CEOs para “ficarem fora da política”.

Até agora, investidores não se intimidaram pelas posições de Fink, pois injetaram um recorde de US$ 171,6 bilhões em dinheiro novo na BlackRock no primeiro trimestre.

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