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Carnaval: Camarote de Carlinhos Brown tem ação de letramento racial

O Camarote Brown by Licia Fabio, em Salvador, contará com atividades de conscientização sobre equidade racial oferecidas pelo Movimento pela Equidade Racial (Mover)

Carlinhos Brown: artista realiza primeira edição do seu camarote em 45 anos de carreira (Mauricio Santana/Getty Images)

Carlinhos Brown: artista realiza primeira edição do seu camarote em 45 anos de carreira (Mauricio Santana/Getty Images)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 10 de fevereiro de 2024 às 10h01.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2024 às 13h12.

O Movimento pela Equidade Racial (Mover), associação sem fins lucrativos que une empresas para aceleração de processos de educação e equidade racial, estará presente no Camarote do artista brasileiro Carlinhos Brown, no chamado Camarote Brown by Licia Fabio, em Salvador dos dias 09 a 13 de fevereiro. Ali, serão oferecidas ativações de letramento racial, ou seja, uma série de estratégias educativas para explicar e combater o cenário de desigualdade racial no Brasil. 

O projeto tem como objetivo reconhecer a riqueza da herança cultural carnavalesca, ao mesmo tempo que visa educar e engajar pessoas de forma acessível, com reflexão crítica. “Em momentos como esse, em que grandes públicos se reúnem em uma celebração cultural, é importante promover reflexões sobre as questões sociais, incluindo o racismo. Falta conhecimento sobre a herança negra e sua influência na formação social”, diz Ana Paula Lima, coordenadora do Mover em entrevista à EXAME

No primeiro camarote do artista na Bahia em mais de 40 anos de carreira, será oferecido um jogo interativo de perguntas e respostas chamado Game Bora Mover. Segundo Lima, o jogo, apesar de lúdico, representa os esforços do movimento para gerar envolvimento social na pauta racial.

“O jogo funciona como uma plataforma de conhecimento interativo, as regras são reveladas a cada fase e conquista. Então, o jogador conhecerá novas oportunidades de colaborar com a redução da desigualdade racial no Brasil por meio de conversas, identificação de privilégios e seus impactos. Além disso, poderá conhecer personalidades negras relevantes do passado e do presente, bem como o contexto histórico do racismo no país”, afirma Lima. 

Além disso, a parceria com o camarote tem muita sinergia com o trabalho realizado pelo Mover, disse a coordenadora da organização. Ao transmitir essa mensagem para os presentes, há uma ampliação do alcance do combate ao racismo. O Mover também fez uma parceria com o Periferia do Futuro, que capacita jovens profissionais, para a contratação de promotora que irá distribuir brindes, como bottons, e interagir com os convidados.

“A festa ocorre em um espaço no qual a diversidade é celebrada e a pluralidade é a premissa. Costumo dizer que quem não tem o protagonismo da dor pode e deve se colocar no lugar de ação enquanto aliado, essa é uma responsabilidade de toda a sociedade”, diz Lima. 

Como os foliões poderão participar da ação?

É possível acessar o desafio via computador ou celular, mas é preciso fazer um cadastro com nome, sobrenome, telefone, e-mail e senha. No camarote, um QR code será disponibilizado para preenchimento das informações e acesso direto ao conteúdo.

Outras ações sustentáveis no Camarote Brown

As pessoas buscam verdades e elas reconhecem em Carlinhos a verdade de respeitar o passado, a ancestralidade, as origens, agir no presente e pensar no futuro. Claro que não se produz uma cultura nova em poucos anos, mas é gratificante ver as mudanças promovidas”, fala Fabio Almeida, gestor da carreira de Brown e sócio da Join Entretenimento.

Além da parceria com o movimento, o Camarote Brown, com realização da Join Entretenimento, Licia Fabio, Zum Brazil e Carlinhos Brown, contará com coleta seletiva e gestão de resíduos, que é uma parceria com a Cooperativa de Reciclagem União Nazaré. O serviço de alimentação e bebidas usará bowls e talheres de madeira e cana – além de copos reutilizáveis. 

Outro diferencial pensando em sustentabilidade é que o camarote não contará com o famoso abadá para, assim, evitar o desperdício de roupas que, muitas vezes, são utilizadas apenas na ocasião. Por isso, os mil convidados por dia podem ir com suas próprias fantasias. Almeida comenta que o camarote conta com uma tecnologia que armazena energia e, em caso de falta de energia, ele mantém uma parte sem que haja queima de óleo diesel, funcionando como uma espécie de "gerador sustentável".

Nós estamos buscando diminuir ao máximo os impactos, como resíduos, compensação de carbono, isso é da nossa natureza, e muito da fala de Carlinhos, da postura dele, já é um exemplo disso. O que estamos buscando é ser responsável e fazer de fato mudanças que sejam estruturantes. Há pelo menos dois anos e meio nós temos investido muito também em pesquisas e conversas para termos um trio elétrico que seja de fato elétrico. Porque a emissão de carbono é muito grande durante o Carnaval. Em relação ao Camarote, a emissão é menor, mas ainda existe e buscamos compensar”, diz Almeida.

Acompanhe tudo sobre:SustentabilidadeCarnavalRacismoDesigualdade social

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