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Brasil precisa investir US$ 1,3 trilhão em energia de baixo carbono para liderar transição global

Do montante, US$ 500 bilhões devem ser endereçados para energias renováveis (como a solar e a eólica) e o restante se dividiria em hidrogênio verde, captura de carbono e tecnologias de armazenamento

Em 2023, o Brasil atraiu quase US$ 35 bilhões em investimentos, sendo o sexto maior valor globalmente e o maior entre os mercados emergentes fora da China  (Lead Energy/Divulgação)

Em 2023, o Brasil atraiu quase US$ 35 bilhões em investimentos, sendo o sexto maior valor globalmente e o maior entre os mercados emergentes fora da China (Lead Energy/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 22h14.

Última atualização em 21 de setembro de 2024 às 10h58.

O Brasil, presidente do G-20 este ano e anfitrião da COP30 em 2025, tem uma oportunidade única de liderar a transição global de descarbonização e se tornar um grande player de soluções climáticas. Mas para chegar lá, será necessário um investimento de US$ 1,3 trilhão em fornecimento de energias de baixo carbono até 2050, apontou um estudo realizado pela BloombergNEF divulgado nesta quarta-feira (18) durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. 

Do montante, US$ 500 bilhões devem ser endereçados para energias renováveis (como a solar e eólica) e o restante se dividiria em hidrogênio verde, captura de carbono e tecnologias de armazenamento. Segundo o relatório, há uma janela em potencial para financiamentos de origem privada, especialmente para garantir o fornecimento de fontes limpas para a eletrificação nos setores de transporte, edificações e indústrias -- o que poderia evitar 53% das emissões até 2050. Os veículos elétricos também devem ser um das principais apostas e alcançar aportes de US$ 4,3 trilhões, destaca a BNEF.

Luiza Demôro, líder global de transição energética da BloombergNEF, disse à EXAME que este cenário exige aproximadamente US$ 50 bilhões de investimentos por ano de 2024 a 2050, o que representaria um aumento de cerca de 44%  em comparação a 2023 -- quando o Brasil investiu US$ 34.8 bilhões no setor. "É um crescimento significativo e exigirá esforços adicionais dos setores públicos e privados. Porém, é muito menor do que o será necessário ao redor do mundo nas próximas duas décadas e meia", explicou Demôro. 

Outra conclusão é que as emissões de gases estufa relacionadas à energia no país precisam ser reduzidas em 14% até 2030 se comparadas aos níveis do ano passado, e em 70% até 2040 para alcançarmos o net zero.

O Brasil já se destaca como um dos principais destinos globais para investimentos em energias renováveis. Em 2023, bateu o sexto maior valor globalmente e liderou os mercados emergentes fora da China, além de ocupar o terceiro lugar mundial em produção de energia solar e eólica -- com a implantação de 5 gigawatts de projetos eólicos e 16 gigawatts de capacidade solar.

Entre outros desafios e oportunidades na transição energética global, o Brasil se posiciona com vantagem pelas grandes reservas de metais estratégicos, como grafite, minério de ferro, níquel e manganês. Além disso, o marco legal do hidrogênio sancionado em agosto deste ano reforça o potencial do país de se tornar o mais competitivo do mundo na produção do hidrogênio verde. 

Brasil é a 'menina de ouro' da transição energética, diz Luiza Demôro da BloombergNEF

Os biocombustíveis também continuam sendo cruciais para a redução de emissões no curto prazo no setor de transportes, visto que o Brasil é um dos maiores mercados automotivos do mundo. Por último, a BloombergNEF destaca o modelo de soluções baseadas na natureza para mitigação climática, com o potencial brasileiro de alavancar o mercado de carbono e criar créditos equivalentes a até 30,5 gigatoneladas de CO2 até 2050.

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