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'Currículo azul': Brasil é o primeiro país a incluir educação oceânica nas escolas

Alinhado com a Década do Oceano da ONU, documento foi assinado em Brasília e reforça importância do ecossistema para o equilíbrio climático em ano de COP30

O oceano absorve cerca de 25% a 30% do CO2 emitido para a atmosfera, sendo o maior sumidouro natural de carbono do mundo (Getty Images)

O oceano absorve cerca de 25% a 30% do CO2 emitido para a atmosfera, sendo o maior sumidouro natural de carbono do mundo (Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 10 de abril de 2025 às 17h39.

Última atualização em 10 de abril de 2025 às 17h44.

Em uma iniciativa pioneira no mundo, o Brasil passa a incluir a educação sobre oceanos no currículo escolar e chama a atenção para a importância do ecossistema para a manutenção da biodiversidade e equilíbrio climático.

A medida foi oficializada com a assinatura de um Protocolo de Intenções em Brasília, na quarta-feira (9), com o apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e articulação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além do MEC.

O batizado "currículo azul" será integrado às escolas de todo o país e adaptado às realidades locais, trazendo uma visão holística do oceano como "regulador climático, fonte essencial de vida e catalisador de soluções sustentáveis.", destacou a ONU em comunicado. 

Ronaldo Christofoletti, copresidente do grupo de especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, disse que a inicativa "nasce da escuta ativa e plural da sociedade brasileira”. 

A mudança acontece em um momento crucial para o combate à crise climática, com o aquecimento dos oceanos batendo níveis recordes e trazendo consequencias drásticas para a vida na Terra. Nossos mares pedem socorro: poluição, acidificação das águas, perda de biodiversidade e branqueamento de extensos recifes de corais tornam o desafio da conservação uma corrida contra o tempo.

Mirando a COP30 no Brasil, o oceano também entra em cheque como um aliado para o equilíbrio do clima junto com as florestas, visto que funciona como um grande sumidouro de carbono. Diferente do senso comum que diz que a Amazônia é o 'pulmão do mundo', na realidade este papel é desempenhado pelo ecossistema marinho.

Inspiração: Santos (SP)

A medida ganhou força no Brasil com um primeiro passo em Santos, São Paulo, após a aprovação em 2021 de uma lei que estabeleceu a cultura oceânica como política pública em escolas municipais. A cidade no litoral paulista, inclusive, é uma das ameaçadas "de ser engolidas" pela elevação do nível do mar. 

Segundo a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, há outras iniciativas em curso no Brasil. O Programa Escola Azul, por exemplo, hoje mobiliza mais de 100 mil estudantes em todas as regiões do país e 20 municípios em quatro estados brasileiros já integraram formalmente a pauta em seus currículos. 

Entre outras, estão a criação de clubes de ciência, a formação de jovens embaixadores do oceano e olimpíadas para estimular o conhecimento sobre o tema. 

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