ESG

Bill Gates capta US$ 1 bilhão com ajuda de CEOs para projetos sustentáveis

Empresa de Gates quer acelerar a viabilidade comercial de quatro soluções-chave para a crise climática

Gates: bilionário planeja projetos de energia limpa de maior demanda no mundo. (Anadolu Agency / Getty Images/Getty Images)

Gates: bilionário planeja projetos de energia limpa de maior demanda no mundo. (Anadolu Agency / Getty Images/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 20 de setembro de 2021 às 18h43.

Por Erik Schatzker e Akshat Rathi, da Bloomberg

Bill Gates captou mais de US$ 1 bilhão em financiamento corporativo para a Breakthrough Energy Catalyst, com a participação de Larry Fink, da BlackRock, e Satya Nadella, da Microsoft, para apoiar alguns dos projetos de energia limpa de maior demanda do mundo.

A BlackRock planeja uma doação de US$ 100 milhões ao longo cinco anos por meio da fundação da gestora de ativos. A Microsoft e os outros investidores - General Motors, Bank of America, American Airlines, Boston Consulting Group e ArcelorMittal - fornecem uma combinação de capital próprio e os chamados “offtakes”, ou acordos de compra vinculados aos projetos.

“Não estamos fazendo isso para ganhar dinheiro”, disse Fink, CEO da BlackRock, em entrevista com Gates à Bloomberg Television. “Estamos fazendo isso para semear essas ideias, para acelerar rapidamente as ideias.”

Gates fundou a Breakthrough Energy Catalyst para acelerar a viabilidade comercial de quatro soluções-chave para a crise climática: hidrogênio verde, combustível de aviação sustentável, armazenamento de baterias de longa duração e captura de carbono do ar. Na prática, a Catalyst fornecerá os recursos necessários para que projetos de capital intensivo decolem, antes que o financiamento de dívidas e fundos dos governos possam ser levantados para cobrir os 90% restantes do custo.

Atualmente, nenhuma dessas quatro soluções é barata o suficiente para estimular a implementação generalizada. Por exemplo, o combustível de aviação derivado de fontes mais sustentáveis, como resíduos industriais ou álcool, é cerca de cinco vezes mais caro do que o querosene.

Idealmente, ao operar em escala, os projetos da Catalyst irão provar que a tecnologia subjacente pode ser competitiva em termos de custos e eliminar o “prêmio verde” sobre os padrões convencionais.

“O modelo aqui é o que aconteceu com a eólica, a energia solar e o íon de lítio”, disse Gates. “Esses produtos tinham preços muito altos em comparação com as técnicas convencionais e, felizmente, Alemanha e Japão e outros compradores financiaram a expansão da escala, e agora esses produtos se encaixam no tipo normal de métricas de investimento dos clientes.”

A diferença agora é a velocidade. Os governos que assinaram o Acordo de Paris sobre o clima em 2015 se apressam para cumprir a meta de meados do século de alcançar o zero líquido, o que requer não apenas cortes de emissões, mas também a remoção de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.

Nove das maiores economias do mundo e muitas empresas, incluindo a BlackRock, se comprometeram a atingir esse objetivo.

“O caminho para a energia solar e eólica foi um caminho de 30 anos para torná-lo competitivo frente aos hidrocarbonetos”, disse Fink. “Não temos 30 anos. Não temos 10 anos.”

Gates, que estimou o custo de zerar as emissões líquidas em US$ 50 trilhões, espera que seu programa se torne um modelo de cooperação público-privada para enfrentar a ameaça da mudança climática.

Pensando em mudar de carreira? Invista na sua carreira com o maior portal de negócios. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:Bill GatesCEOsMeio ambienteSustentabilidade

Mais de ESG

Relembre o Cavalo Caramelo, resgatado nas enchentes do RS, que virou símbolo das mudanças climáticas

Empresa do Paraná transforma três toneladas de PET por ano em solução para barcos

Microsoft supera Apple como empresa mais valiosa do mercado americano

Mega-Sena: feriado do Dia do Trabalhador adia sorteio de prêmio de R$ 11 milhões para sábado