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Os investimentos em infraestrutura na região Amazônica alcançaram R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre do ano, alta de 442% na comparação com a primeira metade de 2023 (Banco da Amazônia/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 15 de agosto de 2024 às 08h00.
Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 08h32.
O Banco da Amazônia (BASA) divulgou nesta quarta-feira o balanço referente ao segundo trimestre de 2024. Com lucro líquido de R$ 332,4 milhões, o banco de desenvolvimento atingiu aumento de 60% na comparação com os três primeiros meses do ano e alta de 19,1% em relação com o mesmo período do ano passado. O patrimônio líquido do banco atingiu R$ 6,5 bilhões
Para o presidente do BASA, Luiz Lessa, a alta pode representar ainda mais chances de financiamento da economia verde e novas contribuições para a população e os negócios da região amazônica, especialmente com a aproximação da COP30, que acontece em 2025 e terá Belém como sede. O Banco da Amazônia ainda luta para desenvolver a região, unindo os mais variados setores e tipos de negócios com a produção sustentável e práticas ESG.
Os investimentos em infraestrutura na região Amazônica alcançaram R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre do ano, alta de 442% na comparação com a primeira metade de 2023. “Entendemos que os investimentos para a Conferência do Clima vão deixar um legado para a região. Nesse sentido, muitos investimentos em infraestrutura são feitos na pegada da sustentabilidade puxada pela COP30, como em transição energética, saneamento e tratamento de resíduos sólidos”, conta o presidente.
Lessa ainda acrescenta que o desenvolvimento econômico da região tem motivado outras movimentações financeiras. “No entanto, também vemos a demanda de infraestrutura pelo crescimento dos negócios da agroindústria na região Norte. Seja em transporte, logística ou armazenagem, pela nova fronteira agrícola de MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) ou os portos de Belém e Itaqui (Maranhão), o crescimento da economia na região tem demandado mais investimentos”, aponta.O Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) fechou o semestre em 22,1%, queda de 3,1%. De acordo com o Lessa, o que motivou a redução foi a inadimplência, que impacta diretamente no resultado líquido da companhia. “Acreditamos que esse efeito da inadimplência no primeiro semestre esteja controlado, já tomamos medidas sistêmicas para fazer controle interno, mas é algo que o mercado está sujeito e que não temos controle”, explica.
A correção é um dos focos da empresa para o segundo semestre. Fabio Yassuda Maeda, diretor de relações com investidores do Banco da Amazônia, conta que a solidez do BASA segue inalterada apesar da queda no retorno. “O patamar do Banco mudou completamente nos últimos três anos. A gente ainda tem expectativa de geração de resultado acima de um bilhão, gerando patrimônio mais robusto, com novas oportunidades de negócio”, conta.
O financiamento de ações sociais e sustentáveis atingiu ao todo R$ 18,4 bilhões no primeiro semestre desse ano. Do total, R$ 6,7 bilhões foram destinados a municípios de baixa e média renda, com o intuito de combater desigualdades. Outros R$ 4,5 bilhões foram investidos nas Linhas Verdes, medidas de produção sustentável ou que visem a proteção ambiental.As empresas de micro e pequeno porte receberam R$ 4,3 bilhões em financiamento, alta de 20% na comparação com o mesmo período do último ano. Municípios nas faixas de fronteira receberam R$ 2,9 bilhões para desenvolvimento, enquanto o programa Amazônia Pra Elas, criado para apoiar mulheres empreendedoras, utilizou R$ 45 milhões. De acordo com a empresa, 12 mil mulheres receberam incentivos para seus negócios.
De acordo com o Maeda, atingir a restauração do retorno financeiro possibilita destravar novas oportunidades para o financiamento de negócios ESG. “O resultado precisa vir para buscarmos mais investimentos com foco em sustentabilidade. Um exemplo disso é a debênture de Natura, BID Invest e IFC (Banco Mundial), de mais de R$ 1,3 bilhão para financiar o fornecimento de ingredientes da Amazônia. Nós entramos nesse projeto com foco no desenvolvimento do bioma. Temos mais de R$ 17 bilhões na nossa tesouraria para projetos nesse sentido”, explica.
A frente de crédito do Banco totalizou R$ 141 milhões no último trimestre, crescimento de 36% na comparação anual. O BASA destinou na primeira metade do ano R$ 590 milhões ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), alta de 75% na comparação com o mesmo período de 2023.
Já a partir do Fundo Constitucional do Norte (FNO), destinado para o fortalecimento da economia na região, foram R$ 8,2 bilhões. “O orçamento em 2024 está em R$ 13,3 bilhões, com mais da metade desse valor voltado para a aplicação em empresas de pequeno porte e 20% para investimento em infraestrutura. Os pequenos precisam de mais apoio e pulverização, já que requer um esforço grande para levarmos o crédito até a ponta”, conta Lessa.
O desenvolvimento de novas linhas de negócio e produtos está entre os planos da companhia para a consolidação. Um plano de quatro semestres busca reposicionar o Banco da Amazônia enquanto instituição financeira, com melhorias de marca e na experiência do cliente. “Queremos melhorar o canal de distribuição de produtos, que ainda hoje está muito focada em agências. Com a criação de um canal de call center, vamos melhorar o relacionamento e atendimento aos clientes”, explica o presidente.
Lessa ainda informou que o BASA constrói parcerias com correspondentes bancários para gerar mais penetração em munícipios mais distantes, além de investir em novas redes de microcrédito e linhas de seguros. “Saímos de 18 unidades bancárias e queremos fechar o ano com 70. A expectativa é que, em 2025, tenhamos 140 agências. Isso aumenta nossa capilaridade, fazendo o crédito sustentável fluir mais rápido”, afirma.