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B.O.B avança para lojas físicas com produtos sem plástico, em barra e veganos

Companhia de higiene e limpeza conta com exclusividade à EXAME sobre estratégia de presença em shoppings de São Paulo e demais capitais, um desafio para a estratégia de sustentabilidade

Victor Lichtenberg, fundador da B.O.B: “Se ser verde fosse economicamente viável, não teríamos uma crise climática" (B.O.B/Divulgação)

Victor Lichtenberg, fundador da B.O.B: “Se ser verde fosse economicamente viável, não teríamos uma crise climática" (B.O.B/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 17h16.

A B.O.B., startup de higiene e limpeza limpa, conquistou mais de 600 mil seguidores no Instagram a partir da venda de cosméticos em barra, veganos e sem o uso de embalagens plásticas. Agora, a companhia busca se aproximar de marcas tradicionais do mercado com sua primeira loja física, sem deixar de lado a preocupação ambiental.

A empresa pretende abrir cinco lojas e quiosques até 2026, começando pelo Shopping Eldorado, em São Paulo, no início de maio — a tempo das vendas do Dia das Mães. A estratégia, segundo o cofundador Victor Lichtenberg, é criar novos pontos de contato com os clientes sem gerar lixo plástico.

“O universo das marcas de beleza está indo para o físico, e precisamos entender como trabalhar esses pontos de contato com o consumidor”, diz Lichtenberg.

Fundada por Andreia Quercia e Victor Lichtenberg, a B.O.B. trabalha com linhas de beleza e higiene sem a utilização de plástico nas embalagens em formato de barra, com fórmulas concentradas. Dessa ideia se deriva o nome Bars Over Bottles, ou Barras ao invés de Garrafas, na tradução livre.

O fim do e-commerce?

Criada duas semanas antes da pandemia, a empresa cresceu com a força do e-commerce. Mas, no setor de beleza, o consumidor ainda quer tocar, sentir e experimentar antes da compra. Para a empresa, a transição para lojas próprias é um passo essencial para se tornar uma marca mais presente no dia a dia das pessoas.

A transição da marca para o varejo físico vem acompanhada de um compromisso inegociável: manter a sustentabilidade no centro da operação. “Não adianta ter um produto sustentável e comprometer todo o resto. Nossa loja foi pensada para evitar desperdícios em todas as etapas — desde os materiais usados na estrutura até a experiência de compra", disse.

"Tudo tem circularidade, como papel, madeira e bambu certificados. Não queremos criar uma loja que simplesmente replique os problemas do varejo tradicional."

A marca já tem presença em pontos de venda estratégicos, como Drogaria São Paulo, Panvel, DrogaRaia, Amazon e Mundo do Cabeleireiro. Agora, com lojas próprias, quer aprofundar a conexão com os consumidores e reforçar a proposta de um banheiro sem plástico.

Sucesso na beleza sustentável

Com mais de um milhão de barras vendidas no último ano, a B.O.B. conquistou clientes principalmente em grandes capitais e cidades litorâneas. Seu carro-chefe são os produtos capilares, que representam mais de 50% das vendas — especialmente os shampoos sólidos, item mais vendido.

A expansão também vem acompanhada de inovação. No último ano, a empresa lançou uma pasta de dente em pastilha, um produto que levou seis anos para ser desenvolvido. Segundo Lichtenberg, a busca por soluções sustentáveis é um desafio contínuo.

“Se ser verde fosse economicamente viável, não teríamos uma crise climática. O desafio está em criar soluções que realmente mudem a lógica de consumo e engajem as pessoas.”

Nos próximos cinco anos, a meta da B.O.B. é equilibrar sua presença entre digital e físico, consolidando-se como referência no varejo de beleza sustentável.

“Hoje, 90% das nossas vendas são digitais. Mas, em cinco anos, queremos uma B.O.B. forte tanto no online quanto no presencial, com um modelo realmente omnichannel e sustentável.”

Presentes sustentáveis no Dia das Mães

Para a marca, um dos desafios do digital é a experiência presenteável. Datas como Natal e Dia das Mães são cruciais para o setor de beleza, mas, no e-commerce, os consumidores ainda enfrentam barreiras como tempo de entrega e falta de contato direto com os produtos.

“Para ser uma marca de cosméticos relevante, uma das grandes estratégias é se tornar presenteável. Mas esse é um desafio no digital”, explica Lichtenberg.

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