ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Autoridade em Amazônia, brasileiro conquista "Nobel" do meio-ambiente

Antropólogo Eduardo Brondízio e ecologista argentina Sandra Díaz foram anunciados como vencedores do Tyler Prize 2025, prêmio considerado o Nobel Verde

Reconhecimento inédito: Eduardo Brondízio, primeiro brasileiro laureado com o Tyler Prize em mais de cinco décadas da premiação (James Vavrek/Divulgação)

Reconhecimento inédito: Eduardo Brondízio, primeiro brasileiro laureado com o Tyler Prize em mais de cinco décadas da premiação (James Vavrek/Divulgação)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 15h31.

Tudo sobreESG
Saiba mais

Em uma decisão histórica que reconhece a crescente relevância do Sul Global em questões socioambientais, o Tyler Prize, frequentemente chamado de "Prêmio Nobel Verde", contemplou pela primeira vez, em 52 anos de história, dois pesquisadores sul-americanos: o antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio e a ecologista argentina Sandra Díaz.

Mais importante prêmio ambiental no mundo, o Tyler Prize já agraciou nomes fundamentais como Jane Goodall, Warren Washington e Michael Mann. O  reconhecimento, que direciona um valor de US$ 250.000 a ser dividido entre os indicados, destaca a emergência de novas vozes e perspectivas no enfrentamento dos desafios climáticos globais.

Em declaração conjunta após o anúncio do prêmio, os laureados enfatizaram a interconexão fundamental entre as crises contemporâneas. "A crise climática, a crise da biodiversidade e as escandalosas desigualdades socioeconômicas no mundo estão todas inter-relacionadas, conectadas pelo tecido vivo do planeta", afirmaram, defendendo que haja uma abordagem integrada que transcenda as divisões tradicionais entre questões ambientais e sociais.

Julia Marton-Lefèvre, presidente do Tyler Prize, ressaltou que a escolha da dupla reflete não apenas suas contribuições científicas excepcionais, mas também sua capacidade de traduzir pesquisa em recomendações práticas.

"A pesquisa de Eduardo Brondízio iluminou o papel vital dos povos indígenas e das comunidades locais na conservação", destacou Julia, acrescentando que os trabalhos dos premiados são "um exemplo perfeito de como a ciência pode gerar impacto."

Quem é Eduardo Brondízio

Nascido no Brasil, Eduardo Brondízio é atualmente professor da Universidade de Indiana-Bloomington, onde dirige o Centro para a Análise de Paisagens Socioecológicas. E construiu uma carreira singular, dedicada sobretudo à compreensão das dinâmicas socioambientais da Amazônia.

"Compreender as lutas socioeconômicas do povo amazônico é fundamental para resolver os aspectos ambientais e climáticos que afetam o bioma", destaca o pesquisador.

Para entender a gestão rural e indígena da biodiversidade, os padrões de desmatamento, a intensificação da agrofloresta e as vulnerabilidades populacionais relacionadas às mudanças climáticas, Brondízio desenvolveu metodologias consideradas revolucionárias.

"Precisamos mudar a forma como acadêmicos, tomadores de decisão e financiadores internacionais de clima e biodiversidade enxergam e interagem com a região", argumenta.

O antropólogo defente também uma mudança na forma como a comunidade internacional aborda os desafios da região. "Precisamos enfrentar a pobreza, o desemprego, a violência e a precariedade da infraestrutura na Amazônia em todas as iniciativas e investimentos relacionados à biodiversidade e ao clima na região", enfatiza, lembrando ainda que é preciso apoio a iniciativas de bioeconomia já existentes que sejam ricas em biodiversidade e socialmente inclusivas.

A cerimônia que formaliza a premiação está programada para 10 de abril de 2025, em Los Angeles.

Acompanhe tudo sobre:NobelPrêmio NobelMeio ambienteESGAmazônia

Mais de ESG

Uliving acelera expansão com foco em diversidade e impacto socioambiental

Coca-Cola sinaliza aumento de uso de plástico nos EUA por tarifas sobre alumínio

Vivo destina metade das vagas de jovem aprendiz para candidatos negros

Disney é a mais nova empresa a mudar políticas de diversidade e inclusão