ESG

Na linha de frente do aquecimento global, cidades não investem o bastante

Estudo da The Alliance e do Banco Mundial aponta para uma situação climática crítica nos ambientes urbanos, especialmente em países emergentes

A cidade de São Paulo: investimentos em ações climáticas nas cidades precisam mais do que dobrar (Google Maps/Reprodução/Reprodução)

A cidade de São Paulo: investimentos em ações climáticas nas cidades precisam mais do que dobrar (Google Maps/Reprodução/Reprodução)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 30 de junho de 2021 às 17h49.

Última atualização em 1 de julho de 2021 às 11h05.

No mundo, cerca de 385 bilhões de dólares são investidos anualmente em ações climáticas nas grandes cidades. Parece um “numerão”. Mas não é. Um estudo conduzido pela The Alliance, entidade que estuda as mudanças climáticas nas cidades, e o Banco Mundial aponta que o valor é insuficiente para lidar com as consequências do aquecimento global nos ambientes urbanos, lar de sete em cada dez pessoas no planeta e que concentram 70% das emissões globais.

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Segundo as entidades, o número deveria estar na casa do trilhão. A situação é pior considerando os países emergentes. O estudo mostra que a maior parte dos investimentos em ações climáticas vai para o mundo desenvolvido e a China. “Muitas regiões em desenvolvimento viram um nível de investimento mais do que insuficiente, como a África subsaariana e o Sudeste Asiático, onde os aportes estão na casa dos 3 bilhões e 4 bilhões de dólares, respectivamente”, afirma o estudo.

“Os números são claros, estamos falhando em prover os recursos necessários para a emergência climática”, afirmou a Dra. Barbara Buchner, diretora global da Climate Policy Initiative, órgão executivo da The Alliance. “É crítico que o sistema financeiro — público, privado e filantrópico — trabalhe em conjunto para mobilizar recursos financeiros em escala para ações climáticas nas cidades.”

 

O investimento privado, em particular de pessoas físicas, desempenha um papel importante na adaptação das cidades. Entre 2017 e 2018, período estudado, ele correspondeu a 35% do total. Esse dinheiro foi usado na compra de carros elétricos e em sistemas de eficiência energética, principalmente.

Transporte sustentável, eficiência energética e energia renovável receberam por ano, no mesmo período, 375 bilhões de dólares em investimento. São ações voltadas para a mitigação das mudanças climáticas. O valor é substancialmente maior do que o direcionado para ações de adaptação e resiliência, como água e saneamento, que somou apenas 7 bilhões anuais.

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