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O presidente argentino Javier Milei: depois de retirar delegação da COP e destituir ministra, Acordo de Paris também será revisto. (AFP)
Editora ESG
Publicado em 15 de novembro de 2024 às 08h22.
Última atualização em 15 de novembro de 2024 às 08h26.
Na quinta-feira, 14, o porta-voz do presidente argentino Javier Milei justificou a retirada da delegação da COP29, explicando em um pronunciamento para a imprensa que a decisão veio para que o novo ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, possa reavaliar a posição do país.
E não apenas na COP. Embora a subsecretária de meio ambiente da Argentina, Ana Lamas, tenha garantido que a saída abrupta da cúpula do clima não significava qualquer mudança sobre o Acordo de Paris, na coletiva de pronunciamento, foi evidenciado que também a adesão ao acordo climático será revista.
Desde que assumiu a presidência, Milei tem promovido uma ampla reforma administrativa e mudança ideológica em sua política ambiental. Começou por reduzir o status do Ministério do Meio Ambiente para uma secretaria de menor escalão logo após tomar posse no ano passado.
A chegada do empresário Gerardo Werthein como ministro, ex-embaixador em Washigton, se deu após Diana Mondino, então ministra, ser destituída do cargo por apoiar a Cuba em votação na ONU contra sanções americanas.
Sucessor alinhado ao chefe, Milei alinhado a Trump
Werthein é alinhado ao chefe. Foi ele quem acompanhou o chefe de estado argentino em jantar de gala em Mar-a-Lago com Trump e Elon Musk. A retirada da delegação do país da conferência climática em Baku ocorreu um dia após uma conversa entre o presidente argentino e o novo presidente americano, em uma medida que reflete o ceticismo em relação às mudanças climáticas, que Javier Milei classifica como "uma mentira socialista".
Até hoje, os Estados Unidos são o único país a abandonar oficialmente o Acordo de Paris, que conta com quase 200 signatários comprometidos com a limitação do aquecimento global. Outros governantes, como o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, chegaram a ameaçar seguir o mesmo caminho. Contudo, não concretizaram a saída.
Ainda que os participantes da conferência da ONU tenham enfatizado que o cenário atual é diferente do primeiro governo Trump, com países e indústrias já em transição para energia limpa, motivados pelos crescentes impactos das mudanças climáticas, cresce a apreensão sobre as consequências políticas de mais uma baixa.