Apoio:
Parceiro institucional:
Diplomata André Corrêa do Lago, escolhido por Lula para presidir COP do Brasil (Leandro Fonseca/Exame)
Editora ESG
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 13h33.
Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 13h56.
O presidente Lula anunciou sua escolha para a presidência da COP30: o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, será o líder da conferência climática da ONU em Belém do Pará, em novembro.
Para complementar a liderança do evento, a economista Ana Toni, que hoje ocupa o cargo de secretária de Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente, assumirá as funções de CEO e diretora executiva.
O diplomata contava com a torcida de muitos especialistas e era o nome mais cotado na bolsa de apostas de Davos nesta manhã, quando já existia a expectativa pelo anúncio. Nos últimos meses, além de André e Ana Toni, foram considerados os nomes do vice-presidente Geraldo Alckmin e da própria Marina Silva.
Com 65 anos e uma carreira diplomática iniciada em 1983, Corrêa do Lago é reconhecido como um dos diplomatas brasileiros mais experientes em negociações climáticas. Sua nomeação foi oficializada durante uma reunião que contou com a presença de ministros-chave do governo, incluindo Rui Costa, Marina Silva, e o assessor especial Celso Amorim, entre outros.
Economista formado pela UFRJ, o embaixador dedica-se às negociações sobre clima e desenvolvimento sustentável há 25 anos. Entre 2011 e 2013, exerceu papel fundamental como negociador-chefe do Brasil, período que incluiu a Rio+20, onde surgiu a proposta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Papel-chave em situações complexas
Durante a COP29, integrou a "comitiva do bate-volta". Acompanhou Marina Silva e a delegação que deixou Baku no meio da Cúpula para estar no G20, que aconteceu simultaneamente no Rio de Janeiro. Dias mais tarde, retornou com a ministra ao Azerbaijão para a reta final das emperradas negociações.
Como chefe da delegação da COP16, a Cúpula da Biodiversidade que aconteceu na Colômbia no ano passado, defendeu que a cooperação global seria tão importante no enfrentamento dos problemas atuais quanto aporte financeiro.“Instrumentos de financiamento podem complementar o financiamento público, mas sem transpassar a responsabilidade das nações”, destacou à época.
Sua trajetória profissional inclui posições estratégicas, como a direção do Departamento de Energia e posteriormente do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty. Também serviu como embaixador do Brasil em importantes postos diplomáticos no Japão (2013-2018) e na Índia (até 2023).
Corrêa do Lago, que é neto do diplomata Oswaldo Aranha, atualmente lidera as negociações ambientais brasileiras em todas as reuniões internacionais desde o início do atual governo.