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As motos e vans elétricas atendem mais de 70 cidades do interior de São Paulo (Divulgação / Amazon )
Repórter de ESG
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 10h06.
Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 12h45.
“O sonho é ter uma entrega com 100% de veículos elétricos e zero emissões”, contou Saori Yano, responsável pela sustentabilidade das operações da Amazon no Brasil, à EXAME. Por meio de uma parceria com a startup de logística To Do Green, a gigante varejista tem hoje 16 das suas 90 estações no país operando com motos e vans movidas à eletricidade em vez de combustão – garantindo que a logística dos seus produtos chegue na casa dos brasileiros com uma menor pegada ambiental.
O projeto piloto começou em 2022 em Sorocaba (SP). Com o sucesso da iniciativa, as estações verdes dobraram neste ano e passaram a contemplar 70 cidades do interior de São Paulo, como Taubaté, Mogi das Cruzes, Ribeirão Preto, e outras. “Nós sabíamos que seria uma jornada de muitos desafios, aprendizados, mas que iríamos listar todos e enfrentar. E não é que conseguimos um grande sucesso?”, contou Saori.
Segundo ela, havia uma preocupação enorme em se ter um crescimento sustentável, que não fosse muito rápido. “Não é só sobre o veículo elétrico, temos que entregar os produtos seguindo todos os nossos padrões, de tempo, prazo e experiência do consumidor. É um pacote. Hoje o projeto entregou bem todas essas métricas, por isso queremos expandir e influenciar o mercado”, destacou.
A ideia é contemplar mais estações, e se continuar nesse ritmo, realizar o sonho até 2040. Até o final de agosto, uma nova parceria com a Raizen irá garantir que todos os locais de recarga dos veículos sejam de fato provenientes de fontes totalmente limpas – como a eólica, hidrelétrica e solar. “O transporte tem uma parcela bem relevante na nossa pegada de carbono e nós buscamos alternativas de eletrificação, aproveitando a matriz energética que temos aqui, com emissões mais baixas em comparação com outros países”, explicou.
Investindo pesado em projetos como este, que unem tecnologia e soluções para reduzir seu impacto ambiental, a companhia comemora o fato de ter batido sua meta de combinar toda a eletricidade consumida nas operações globais com energia 100% renovável sete anos antes do previsto. “Queremos usar a nossa escala global para influenciar toda uma cadeia. Entendemos que a Amazon tem essa responsabilidade de fomentar iniciativas, unificar esforços, compartilhar ideias positivas. Convidamos nossos parceiros e empresas para também serem signatários deste compromisso, para que possamos criar um grande ecossistema com o mesmo propósito e uma rede de inovação, com soluções de impacto efetivo”, disse Saori.
Embora ainda não haja um prazo estipulado para se alcançar toda eletrificação da frota, os planos para os próximos três anos estão sendo discutidos, e incluem influenciar o mercado. “Está no nosso DNA criar soluções que tenham escala e que principalmente tenham continuidade, com essa preocupação de desenvolver tecnologias financeiramente viáveis”, explicou Saori, frisando que a eletrificação do transporte de longa distância é uma dor comum para todas as empresas de e-commerce e indústria em geral e há desafios a serem driblados. “Nós estamos dialogando com as montadoras, inclusive com o governo, para que entendam que isso é um desenvolvimento necessário. É um trabalho de formiguinha. Todo esse esforço e diálogo vai fazer essa virada acontecer e em algum momento, o elétrico vai se tornar mais competitivo – até pela demanda global”, acrescentou.
A Amazon começou suas operações no Brasil em 2011, mas a área do varejo teve uma expansão expressiva somente a partir de 2019 – com o lançamento do seu primeiro Centro de Distribuição. Com o advento da pandemia da Covid-19 e a mudança nos hábitos de compra do consumidor nos últimos anos, o e-commerce cresceu exponencialmente de 2020 para cá. “O crescimento acelera os impactos, mas também aumenta as possibilidades para trabalharmos a agenda ESG”, lembra Saori.
Atualmente, são 10 Centros de Distribuição no Brasil, localizados em regiões estratégicas como Cabo de Santo Agostinho (PE), Itaitinga (CE), Cajamar (SP), Betim (MG), São João de Meriti (RJ), Santa Maria (DF) e Nova Santa Rita (RS) que atendem todos os municípios brasileiros.
No Varejo, a vertical que mais contribui para a pegada de carbono da companhia é o transporte, seguido das embalagens dos produtos (de papelão ou plástico) e por último, as matrizes dos escritórios (que já conquistaram o marco de serem abastecidos totalmente com energia limpa).
Entre outras ações sustentáveis da marca, está o uso da inteligência artificial, seja para ajudar a definir rotas de entrega para que ela seja mais curta e inteligente ou dar sugestões de pacotes e insights para o desenvolvimento de novas soluções. “Nas embalagens, uma das iniciativas mais importantes utiliza a IA para prever que tipo de pedidos nossos clientes farão, qual é a sua composição, quantidade. Ao mesmo tempo em que queremos entregar uma boa experiência, também conseguimos otimizar a nossa logística, o espaço dentro do transporte e melhor forma de embalar o produto”, destacou. Atualmente, 8% das entregas globais já descartaram a necessidade de serem embaladas e a empresa faz testes semanais para aumentar este índice.
Outra bandeira é fomentar o empreendedorismo social e para isso, a prioridade é contratar mão de obra local entre seus parceiros e fornecedores – também é o caso da To Do Green. “No final das contas, é sobre usar a inteligência oficial para garantir um trabalho mais seguro e otimizado para as pessoas e também considerando o desenvolvimento social, olhando as necessidades da sociedade. Não é só sobre a Amazon crescer, mas também como todos esses empreendedores podem se desenvolver e trabalhar juntos”, concluiu.