ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Alfabetização cresce mais nas Terras Indígenas, aponta Censo 2022

Apesar dos avanços de 8,3 pontos percentuais no combate ao analfabetismo indígena, população ainda apresenta taxas maiores na comparação com o restante da população brasileira

A redução do analfabetismo nas TIs -- de 32,3% para 20,8% -- é maior do que a entre pessoas indígenas e supera a média nacional (Leandro Fonseca/Exame)

A redução do analfabetismo nas TIs -- de 32,3% para 20,8% -- é maior do que a entre pessoas indígenas e supera a média nacional (Leandro Fonseca/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 8 de outubro de 2024 às 16h22.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 12h08.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou na sexta-feira, 4, recortes do Censo Demográfico 2022 Indígenas, avaliando os nascimentos, domicílios e a alfabetização entre o 1,2 milhão de indígenas no país.

A pesquisa informou que houve um aumento na alfabetização dos povos originários. Em 2022, 84,9% dos indígenas com mais de 15 anos sabiam ler ou escrever em algum idioma. Na comparação com 2010, quando a taxa de indígenas alfabetizados era de 76,6%, houve uma melhora de 8,3 pontos percentuais.

Diferenças nas Terras Indígenas

Quando avaliamos a população residente nas Terras Indígenas (TIs), o analfabetismo é maior – e a melhora entre os Censos também. Em 2010, a taxa de alfabetização nos territórios era de 67,7%, alcançando 79,2% em 2022, um crescimento de 11,5 pontos percentuais.

A redução do analfabetismo nas TIs -- de 32,3% para 20,8% -- é maior do que a entre pessoas indígenas e supera a média nacional. Mesmo assim, a taxa de indígenas que sabem ler ou escrever segue abaixo da média nacional, que é de 93% da população acima dos 15 anos.

Disparidade de gênero

O Censo Indígena aponta também para as diferenças de gênero dentro do déficit educacional: enquanto na população brasileira em geral os homens apresentam uma taxa maior de analfabetismo (1 ponto percentual a mais do que as mulheres), o inverso acontece entre os indígenas.

De acordo com Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, ao avaliar gênero e faixa etária é possível identificar que houve uma melhora na taxa de mulheres indígenas menores de 34 anos que sabem ler e escrever.

“Os dados denotam que as gerações mais jovens de mulheres tiveram acesso a mais oportunidades educacionais na última década”, conta.

Desigualdade por faixa etária

As informações do IBGE ainda evidenciam a diferença ao longo das faixas etárias, assim como acontece entre a população total: a população mais velha apresenta taxas maiores de analfabetismo do que as mais novas, evidenciando a melhoria do sistema de ensino e a redução da evasão nas últimas décadas.

Entre os 15 e 17 anos, a população geral conta com 1,59% de analfabetismo, enquanto pessoas indígenas têm 5,55%. A taxa nas Terras Indígenas é de 8,74%.

Já entre a faixa etária mais velha, com 65 anos ou mais, 20,25% da população geral não consegue ler ou escrever, enquanto a taxa entre indígenas é de 42,88% e da população nas Terras Indígenas de 67%.

Acompanhe tudo sobre:IndígenasCenso 2022EducaçãoAnalfabetismo

Mais de ESG

Como as tarifas de Trump podem impactar o mercado energético brasileiro?

Mata Atlântica perdeu 200 mil campos de futebol de vegetação em uma década, diz estudo

Nova iniciativa pode destravar mercado de carbono regulado no Brasil

No Dia de São Valentim, o chocolate pesa no bolso – e a culpa é das mudanças climáticas