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Ajinomoto aposta em aminoácidos para substituir microplásticos em produtos cosméticos

Companhia lançou nesta semana a AMIHOPE SB-101 e SB-103, linhas pensadas para garantir a eficiência na aplicação de produtos de beleza sem a cração de impacto ambiental negativo

Em exclusiva à EXAME, gerente da companhia afirmou que demanda por sustentabilidade deriva dos clientes, que exigem produtos com menor impacto ambiental (Ajinomoto/Divulgação)

Em exclusiva à EXAME, gerente da companhia afirmou que demanda por sustentabilidade deriva dos clientes, que exigem produtos com menor impacto ambiental (Ajinomoto/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 17h48.

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Os microplásticos se tornam um problema ambiental cada vez mais presente. Isso porque as partículas de polímeros menores de 5 milímetros acabam não sendo filtradas pelo ralo dos banheiros, entrando nos rios, oceanos e solo. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, 3,2 milhões de toneladas de microplásticos acabam no meio ambiente a cada ano.

Elas se formam de duas formas: a primeira, não intencional, é a partir da quebra de embalagens e materiais plásticos maiores, especialmente quando acabam na natureza. A segunda, intencional, é para seu uso comercial e industrial.

Uma das suas principais utilizações intencionais é na indústria cosmética. Os microplásticos são adicionados à fórmula com diferentes propósitos, como a esfoliação, polimentos dos dentes ou mesmo a viscosidade dos produtos. Cremes dentais, faciais, esfoliantes e maquiagens com glitter são alguns dos itens que utilizam as partículas.

É com o objetivo de reduzir o impacto ambiental dos plásticos nos cosméticos que a Ajinomoto do Brasil – companhia de matérias-primas para os setores alimentícios, beleza, farmacêutica e nutricional – lança novas tecnologias de aminoácidos, utilizando grânulos sustentáveis como substituição aos polímeros no uso cosmético.

As inovações AMIHOPE SB-101 e SB-103 buscam ainda mais tecnologia no uso de cosméticos sustentáveis. A primeira é pensada para formulações que contem com fator FPS, já que prolonga a proteção contra a radiação solar. A última é desenvolvida a partir do aminoácido lisina, que gera um toque sedoso e adere melhor à pele após a aplicação.

De acordo com dados da companhia, os produtos cosméticos podem ser responsáveis por até 15% de todas as microesferas utilizadas comercialmente, motivo de preocupação. As novas tecnologias integram a linha AMIHOPE, que já atendeu mais de 5 mil fabricantes em 55 países desde 2019.

Inovação sustentável

Em entrevista exclusiva à EXAME, Tatiana Gargalaka, gerente de Marketing da divisão Bio & Fine Chemicals da Ajinomoto do Brasil, conta que a companhia aderiu a uma demanda crescente dos clientes. “À medida que os consumidores vão tomando mais consciência sobre o impacto que suas atividades diárias causam no meio ambiente, eles passam a exigir produtos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental. Isso gera um movimento em toda a cadeia produtiva”, explica.

De acordo com a gerente, o lançamento é importante para garantir que a indústria siga buscando alternativas mais sustentáveis para as linhas já existentes. “Pensar na redução do uso de microplásticos e buscar alternativas é essencial para que possamos continuar acompanhando a evolução das pautas de sustentabilidade”, conta.

Gargalaka ainda destaca que o desafio da companhia foi garantir que a sustentabilidade andasse lado a lado com a eficiência dos produtos, que precisariam ter um uso igual ou superior ao dos microplásticos. “Nossos lançamentos contribuem justamente para que as águas e a vida marinha sejam preservadas, mantendo um sensorial agradável e os atributos que os consumidores buscam, sem causar poluição.”

Além de substituir o uso dos microplásticos, o que gera menos impacto ambiental e para a saúde, a tecnologia ainda busca uma aplicação mais uniforme que os produtos de polímero. Os lançamentos foram apresentados durante o In-Cosmetics Latam 2024, evento de inovação em beleza, e chegam em primeira mão ao mercado latino-americano.

As novidades integram a estratégia de sustentabilidade da Ajinomoto, que já atingiu suas metas de redução no consumo de água em 75%. Além disso, a companhia implementou caldeiras movidas a biomassa como fonte de energia. Atualmente, a taxa de utilização é de 80%.

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