Jeff Bezos, fundador da Amazon: procurador nos EUA acusa a Amazon de controle de preços e práticas antitruste (David McNew / Correspondente/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 26 de maio de 2021 às 06h00.
Por um breve momento, Jeff Bezos, fundador da Amazon, perdeu o posto de homem mais rico do mundo, na segunda-feira, 24, para o CEO da Louis Vitton, Bernard Arnault. Porém, no final do dia, as ações da varejista subiram e seu criador retomou a liderança em fortuna, com 1 bilhão de dólares a mais do que o colega bilionário. Essa corrida acirrada pela hegemonia entre os ricaços é o menor dos problemas de Bezos.
Marcada para hoje, às 13h, a reunião de acionistas da Amazon promete ser tensa. Na terça-feira, 25, o procurador geral do Distrito de Columbia (DC), nos Estados Unidos, abriu um processo contra a varejista por sufocar competidores e implementar controles de preções online.
O processo afirma que a empresa foi abusiva em contratos firmados com parceiros que usam o site da gigante como marketplace. Algumas cláusulas supostamente previnem vendedores de anunciar produtos por um valor menor do que o que está à venda no site da Amazon, incluindo sites próprios.
Em meio a esse barulho, a varejista enfrenta duas votações importantes na reunião desta quarta-feira. A primeira, proposta pela Oxfam America, pede a inclusão de funcionários da empresa na lista de candidatos a integrantes do conselho. O objetivo é aumentar a representatividade dos empregados entre os tomadores de decisão. “Há quase um consenso sobre como a presença de funcionários no conselho pode contribuir para a sustentabilidade da empresa a longo prazo”, diz a petição.
A segunda proposta, feita pelo fundo As You Sow, terá um impacto mais imediato. Ela pede que a empresa divulgue um relatório, ainda este ano, com a quantidade de plástico proveniente de embalagens é descartada em todas as operações da Amazon. Também solicita que a empresa divulgue as estratégias e metas de redução do uso de plásticos, além de incluir um levantamento dos riscos reputacionais, operacionais e financeiros associados ao uso contínuo de grandes quantidades de embalagens plásticas.
Como se não bastasse, uma reportagem do jornal The New York Times aponta que a varejista excluiu uma série de grandes fornecedores de equipamentos eletrônicos, especialmente de assessórios para celulares, por manipulação das reviews de consumidores, um dos pilares da reputação da Amazon. Não está fácil ser Jeff Bezos neste momento.