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"A liberdade de uma mulher começa com a liderança de sua vida", diz fundadora da Free Free

Yasmine Sterea transformou sua dor em um ecossistema de impacto e libertação feminina avaliado em 70 milhões de dólares, presente em quatro continentes e em plena expansão

Yasmine Sterea, fundadora da Free Free: "A verdadeira liberdade está em sermos autênticas, sem nos prender ao que os outros pensam sobre nós" (Divulgação)

Yasmine Sterea, fundadora da Free Free: "A verdadeira liberdade está em sermos autênticas, sem nos prender ao que os outros pensam sobre nós" (Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 17 de abril de 2025 às 12h25.

Última atualização em 17 de abril de 2025 às 14h38.

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Inquieta e com uma vontade genuína de transformar o mundo, Yasmine Sterea deixou uma carreira de mais de uma década na moda para dar vida a um movimento global de libertação de meninas e mulheres.

Fundada em 2018, a Free Free nasceu de um projeto pessoal da empreendedora e se transformou em um ecossistema hoje avaliado em 70 milhões de dólares, presente em quatro continentes -- e em plena expansão.

"A verdadeira liberdade está em sermos autênticas, sem nos prender ao que os outros pensam sobre nós. Surge quando assumimos a liderança das nossas vidas e buscamos um propósito mais profundo", disse em entrevista à EXAME.

O que ela não imaginava é que uma dor profunda seria o combustível para o nascimento do negócio social. Quando tinha apenas 21 anos, sua mãe tirou a própria vida e o trauma a fez refletir sobre muitas questões.

"Eu comecei a entender que não era apenas sobre saúde mental, mas sim sobre um silenciamento histórico social e cultural", revela Yasmine, com a sensibilidade de quem transformou a tragédia pessoal em um propósito coletivo. Em seguida, ela engravidou de uma menina e foi tomada por outro medo: que a história se repetisse.

Foi aí que surgiu o desejo de criar um mundo melhor e mais livre para sua filha, sem os mesmos problemas estruturais e silenciamentos que ela viu sua mãe e outras mulheres passarem ao longo da vida.

Após 11 anos como diretora da Vogue Brasil e com experiências internacionais em Nova York, Londres e Portugal, Yasmine canalizou sua formação em justiça social na Universidade de Harvard e sua expertise no mundo da moda para desenvolver a Free Free, lançada quando morava em Londres.

Uma metodologia para a liberdade

O diferencial da Free Free está em sua abordagem holística, contou a empreendedora. "Nossa metodologia ensina as pessoas a se libertarem de uma visão linear, entrando num estado de consciência mais amplo para resolver problemas de forma mais criativa", explicou. Para isso, envolve uma combinação de técnicas de neurociência, meditação e mindfulness. 

A atuação do negócio foca em três pilares: um braço focado em parcerias B2B, uma fundação voltada a população mais vulnerável e um grupo de aproximadamente 100 membros no mundo.  Sua missão é: "se liberte por dentro e liberte o mundo", visando ajudar mulheres a conquistarem a liberdade física, emocional e financeira.

"Quem se torna membro aprende a aumentar a consciência e criatividade usando os seus próprios talentos. Além disso, fornecemos apoio para que possam desenvolver seus próprios projetos de impacto", disse. 

Expansão

Em novembro de 2024, a Free Free celebrou um novo marco com a fixação de sua sede global em Londres, mas mantendo a base nacional em São Paulo. Além disso, se posicionou oficialmente como uma "femtech", com o lançamento de um aplicativo gratuito.

"Queremos atingir ainda mais regiões do mundo e atrair novas pessoas para se tornarem membros. Com a plataforma, unimos tecnologia e soluções inovadoras para o universo feminino", destacou Yasmine.

Mas a expansão internacional começou ainda antes, já em 2022, e trouxe resultados significativos: a presença em quatro continentes. "Temos atividades na África, nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Brasil e também estamos olhando para o México e outros países da Europa", complementou ela.

Projetos de impacto

Entre os projetos em destaque, estão o "Free My Period", desenvolvido por membros de Harvard visando combater a pobreza menstrual e gerar autonomia financeira. "O modelo de negócio envolve mulheres aprendendo a fazer a calcinha menstrual e podendo vender um produto sustentável que as ajuda a se libertar financeiramente", explicou. Inicialmente na África, em Gâmbia, o plano também é levar a ação para o Brasil.

Outra iniciativa é a "Back to Nature", que traz a necessidade de retornar à natureza e equilibrar os avanços tecnológicos com a conexão com o meio ambiente. "Conectar natureza e o feminino é essencial para o equilíbrio e o bem-estar", disse.

Segundo ela, as questões sociais também se relacionam diretamente com a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) no Brasil, visto que as mulheres são justamente as que mais sofrem com a crise climática. 

Nos últimos seis anos, a organização formou mais de 80 parcerias e impactou diretamente mais de 50 mil pessoas. Aproveitando sua rede de contatos, Yasmine fechou parcerias com o Departamento de Justiça e o Ministério Público no Brasil, além de marcas como Gucci, Google, Pepsico, L'Oréal e, recentemente, a Unilever.

"Nosso propósito é continuar libertando mulheres de opressões sociais, violências, e criar um mundo mais igualitário e seguro. Ela não apenas transforma sua própria vida, mas também se torna agente de mudança na vida de outras", concluiu a empreendedora.

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