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86% das empresas brasileiras querem financiamento sustentável, diz estudo da Amcham

Câmara Americana de Comércio prevê que os investimentos em projetos verdes irá triplicar nos próximos dois anos, porém, metade das empresas brasileiras ainda não possui financiamento verde

O setor de energia é o que mais procura linhas para financiar projetos verdes  (AES/Divulgação)

O setor de energia é o que mais procura linhas para financiar projetos verdes (AES/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 07h42.

Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 10h47.

No centro das discussões da Conferência do Clima da ONU (COP29) deste ano no Azerbaijão está o financiamento climático, como forma de ampliar o volume de recursos disponíveis para ações de adaptação e mitigação, especialmente para ajudar países em desenvolvimento a lidar com a emergência climática. Abrão Neto, CEO da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), destacou à EXAME que o tema está diretamente ligado ao setor privado – seja como fonte dos recursos ou na ponta como beneficiário – e, nesse sentido, as perspectivas são bastante otimistas para os próximos dois anos.

Um estudo inédito da Amcham prevê que 86% das empresas brasileiras esperam aumentar a adoção do financiamento sustentável até 2026. Isso significaria um crescimento de 190% nos investimentos em projetos verdes, representado por um valor de R$ 20,4 bilhões. Por outro lado, 57,9% delas ainda não utilizam linhas de financiamento voltadas à sustentabilidade – sendo a maioria delas companhias de grande porte (63,8%). “O que chamou a nossa atenção é a projeção muito saudável de que as empresas pretendem investir mais em projetos ESG e fazer mais uso de instrumentos e mecanismos de obtenção de recursos. Mas não necessariamente é o que vamos ver na COP, frente ao tamanho do desafio para a transição de baixo carbono”, destacou Abrão.

O setor industrial lidera a utilização das linhas de financiamento, com 45,5% das empresas adotando, seguido pelo agronegócio (37,5%) e serviços (26,8%). Ao mesmo tempo, as atividades para as quais há maior procura para financiar projetos verdes são as de energia (21,4%), indústria (20%), tratamento de resíduos (15,7%) e agricultura e florestas (14,3%).

“São projetos, muitas vezes, para aumentar eficiência energética, diminuir custo. Há de fato um impacto econômico positivo”, explicou Abrão. Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas da Amcham, acrescentou à EXAME que o perfil dos investimentos no setor energético também tem relação com as metas e políticas internas da própria empresa e com a possibilidade de mensuração dos impactos das ações. “A ausência de uma taxonomia, quando você não consegue medir os benefícios do projeto – como a redução de emissão e compensação – traz mais dificuldades de obter um financiamento. Suspeito que energia lidere o topo pela facilidade em otimizar e mensurar para fins de mostrar ao financiador”, destacou.

Outro dado é que a maior parte delas ainda depende de recursos próprios (28,2%), seguido por financiamentos de bancos e instituições financeiras privadas (23,1%) e títulos de dívida (20,5%). Apenas 15,4% utilizam recursos de bancos públicos.

A Amcham estima que o volume necessário para investimento em sustentabilidade até 2030 é de cerca de 2,4 trilhões de dólares anuais – três vezes mais do que ocorre atualmente. Frente à expansão positiva, ainda há desafios e gargalos. Os principais identificados pela pesquisa são os  processos burocráticos (26,3%), dificuldade em oferecer garantias (19,3%), desconhecimento sobre as linhas disponíveis (14%) e custos elevados (12,3%).

“Percebemos uma complexidade burocrática na utilização destes instrumentos, dificuldade de apresentar as garantias necessárias para os recursos serem liberados e há também uma questão básica de conhecimento sobre quais são as entidades que oferecem as linhas, como elas funcionam e como acessá-las. Em uma proporção menor, há o desafio dos próprios custos relacionados à tomada desses recursos. Em muitos casos, elas até podem conhecer, saber como acessar, mas o custo não vale a pena”, complementou Abrão.

O estudo será divulgado nesta sexta-feira (6) durante o evento da Amcham "O Brasil na COP 29: da adaptação climática ao financiamento da sustentabilidade", que reune cerca de 250 líderes empresariais e autoridades públicas para discutir o tema com o setor privado, e os desafios da COP29.

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