WASHINGTON, DC - FEBRUARY 05: U.S. President Donald Trump arrives to sign the "No Men in Women's Sports" executive order in the East Room of the White House on February 5, 2025 in Washington, DC. The executive order, which Trump signed on National Girls and Women in Sports Day, prohibits transgender women from competing in women's sports and is the third order he has signed that targets transgender people. Andrew Harnik/Getty Images/AFP (Photo by Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) (AFP)
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Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 10h17.
Desde quando voltou à Casa Branca para dar início ao seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem estabelecido as bases da sua política externa em medidas com foco no aumento do protecionismo nas relações comerciais. Faz parte deste movimento, por exemplo, a taxação de importações de aço e alumínio em 25%, conforme anunciado na noite de domingo, 9.
“Uma vez que uma das maiores economias do mundo se posiciona de maneira defensiva em aspectos tarifários, opta pela saída de acordos de relevância global, como acordos climáticos, e impõe cenários mercadológicos que impactam toda uma cadeia, as grandes multinacionais começam a se movimentar para um cenário menos turbulento, mais amigável e estável”, acredita o especialista em Comércio Exterior João Casalatina, líder de Global Trade no escritório Simões Pires.
Curiosamente, a ascensão de Trump tem levado a comunidade internacional a refletir sobre os caminhos da ordem global nos próximos anos, e a realização da COP30, prevista para novembro, em Belém (PA), deverá trazer novas percepções sobre como os países ricos deverão lidar com as questões climáticas, por exemplo.
Conceitos como friendshoring, nearshoring e greeshoring, que nos últimos anos ganharam importância ao evidenciar, respectivamente, a busca por relações comerciais de acordo com afinidade cultural com outras nações, a proximidade do mercado consumidor e a existência de políticas ambientais bem estruturadas, podem ser de ampla serventia para a compreensão do cenário internacional no momento em que o mundo se aproxima de um novo arranjo de forças orientado por diferentes fatores.
“Ao longo de sua campanha, Trump aludiu a vários caminhos nos quais poderia colocar sua agenda de política econômica. Espera-se que tire o pé no pedal na agenda de descarbonização presente na política econômica americana, algo que, pelo peso e tamanho da economia do país, terá impacto global. Também se espera o retorno da inclinação desfavorável à imigração na gestão pública que marcou seu primeiro mandato”, afirmou o ex-diretor do Banco Mundial Otaviano Canuto em artigo publicado em seu site.
Greenshoring
Com a necessidade das empresas em reduzir ou neutralizar suas emissões de poluentes, países com leis ambientais mais flexíveis ou até mesmo maior disponibilidade de créditos de carbono começam a se tornar mais estratégicos. Segundo João Casalatina, em muitos países não há maneiras fáceis de compensar a pegada de carbono devido ao enorme volume de indústrias ocupando um pequeno espaço geográfico. Logo, olhar para locais com vantagens nesse aspecto tem se tornado cada vez mais comum. Por isso, ele vê o Brasil com grande potencial de atrair investidores globais.
“Temos uma das maiores possibilidades de compensação de pegada de carbono no mundo, possuímos uma das maiores extensões de litoral do planeta, além de estarmos geograficamente bem-posicionados para atender a todo o mercado da América Latina e Central”, avalia.