Para Tatiana, missão é fazer com que a imagem do País no exterior se beneficie dos atributos brasileiros. (Esfera Brasil/Divulgação)
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Publicado em 6 de março de 2024 às 16h37.
Com mais de 20 anos de experiência e em sua segunda passagem como Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres é a homenageada na categoria Relações Internacionais do 3ª Prêmio Mulheres Exponenciais. Disciplinada, ela gosta de se aprofundar em questões na intersecção entre Direito e comércio internacional e acredita ter encontrado sua vocação profissional ainda durante a faculdade.
Tatiana credita o sucesso de sua trajetória ao fato de ter aproveitado as oportunidades que surgiram. No caminho, contou com o apoio da família em Santa Catarina. Antes de assumir o cargo no governo federal, ela esteve em postos de trabalho na Suíça e na China.
Ainda quando cursava a graduação, fez um estágio na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), agência do Sistema ONU no combate à fome e à pobreza, em Roma. Tatiana teve contato com os processos que envolvem a tomada de decisões a nível de uma organização internacional e considera que essa experiência moldou sua vida profissional.
“Uma base técnica sólida eu acho que é o fundamento de uma carreira bem-sucedida. Evidentemente, há outras competências que você agrega, mas sem isso fica tudo meio frágil”, afirmou.
Posteriormente, encontrou na Secretaria de Comércio Exterior a oportunidade de colocar em prática o aprendizado adquirido durante o curso de mestrado em Direito com foco em Relações Internacionais, em que foi abordado o acordo de barreiras técnicas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Eu sempre gostei de políticas públicas, de pensar no que pode fazer diferença para a inserção do Brasil no exterior”, frisou.
Assista à entrevista completa com Tatiana Prazeres:
Com o Brasil assumindo pela primeira vez a presidência temporária do G20, Tatiana faz parte da coordenação do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos da Trilha de Sherpas do colegiado que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.
Ao se aprofundar sobre os temas que envolvem a política internacional e as relações comerciais entre os países, Tatiana constata que as visões sobre o comércio são muito diferentes do que eram na década passada. A tendência, portanto, é que o trabalho na área se torne mais desafiador com o passar dos anos – combustível que a mantém motivada a atuar na área que descobriu após tentar carreira no Direito.
“Havia um entusiasmo em relação ao comércio internacional e à globalização, e isso foi contaminado por um ceticismo, com dúvidas a respeito da interdependência entre os países. Tensões geopolíticas fazem com que os países tenham percepções distintas a respeito do comércio, de quão vulnerável uma economia se torna.”