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Rotas de Integração Sul-Americana podem facilitar acesso ao mercado regional

Fortalecer ligações com vizinhos pode ser passo importante para ampliar mercado consumidor de bens e serviços brasileiros

Ampliar malha rodoviária pode estimular comércio entre os países e facilitar acesso a consumidores asiáticos (Paulo Fridman/Getty Images )

Ampliar malha rodoviária pode estimular comércio entre os países e facilitar acesso a consumidores asiáticos (Paulo Fridman/Getty Images )

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Publicado em 6 de abril de 2025 às 02h13.

No momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ergue barreiras comerciais que devem impor uma nova dinâmica nas relações globais, as Rotas de Integração Sul-Americana podem facilitar a circulação de bens e serviços no mercado regional e reforçar a presença brasileira nos países vizinhos.

Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, grande entusiasta do projeto, apenas 15% das operações de comércio exterior dos países sul-americanos dizem respeito a trocas locais, e há potencial para ampliar essa proporção.

“Temos 200 milhões de sul-americanos à nossa disposição e não aproveitamos isso. E eles têm 200 milhões de brasileiros à disposição deles, mas não aproveitam isso”, afirmou a ministra Simone Tebet em encontro promovido pela Esfera Brasil no fim de março, em São Paulo. Ainda que na ocasião o governo Trump não tivesse anunciado a proporção das tarifas que imporia ao Brasil, a classe política e representantes do setor produtivo já esperavam uma sobretaxação de bens e serviços nacionais no mercado dos EUA, dada a conjuntura global.

Nos últimos anos, o Brasil tem ampliado as trocas comerciais na região, vendendo mais para o Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai do que para países como Alemanha, Portugal, Reino Unido e França. Em 2023, as exportações totais do Brasil alcançaram o recorde de US$ 339,7 bilhões. As economias da América do Sul, juntas, compraram do Brasil quase US$ 43 bilhões, ou seja, 13% do total.

Com o propósito de incentivar e reforçar o comércio do Brasil com os países da América do Sul e reduzir o tempo e o custo para escoar a produção até o mercado asiático pelo acesso a portos no Chile e no Peru, por exemplo, as cinco rotas foram desenhadas após consulta aos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul.

Corredor logístico

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o movimento do governo Trump não foi uma surpresa, e o governo precisa agir com equilíbrio e estratégia para proteger empresas e produtores brasileiros. 

O parlamentar defende a abertura de corredor logístico a partir do Mato Grosso do Sul, cortando Paraguai, Argentina e Chile, em uma nova rota para exportações brasileiras pelo Oceano Pacífico. Chamado de Rotas Bioceânicas, o projeto é um dos que integra o desenho das Rotas de Integração Sul-Americana.

“Projetos como esse fortalecem nossa autonomia, ampliam nossas ações logísticas e reduzem a nossa dependência de mercados únicos. Isso é uma política externa com responsabilidade”, disse Trad. “Nós não podemos aceitar que o produtor brasileiro seja sempre o elo mais frágil dessa cadeia de conflito global, não vou chamar de guerra. E é com esse espírito que eu proponho a revisão de estratégia da nossa política de comércio exterior. Isso é muito importante”, acrescentou.

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