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Relatório vê viabilidade técnica e ambiental para recuperação da BR-319, entre Manaus e Porto Velho

Orçada em R$ 2 bilhões, obra interliga 22 municípios na região entre os rios Madeira e Purus

Rodovia possui 918 km, foi inaugurada no fim dos anos 1970 e é desafio para integração regional (Wikimedia Commons/Creative Commons)

Rodovia possui 918 km, foi inaugurada no fim dos anos 1970 e é desafio para integração regional (Wikimedia Commons/Creative Commons)

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Publicado em 12 de junho de 2024 às 08h18.

Com a previsão de cercamento de uma área de 500 km e passagens de fauna ao longo da rodovia, o Ministério dos Transportes divulgou, nessa terça-feira, 11, relatório em que vê possibilidade de conciliar preservação do meio ambiente e desenvolvimento regional para pavimentar a BR-319, entre Manaus e Porto Velho.

A abertura da rodovia, que possui 918 km de extensão, ocorreu nos anos 1970, interligando 22 municípios na região entre os rios Madeira e Purus. Na época da inauguração, o tempo de uma viagem de Manaus/AM a Porto Velho/RO era estimado em 12 horas.

Para garantir o cumprimento da legislação ambiental, órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM); a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); o Ministério Público Federal (MPF), tem participado de discussões com a sociedade para estabelecer prioridades e a resolução de questões envolvendo povos indígenas, a ocupação territorial sustentável e a segurança pública e ambiental.

“A garantia de uma governança integrada e inovadora é elemento fundamental para enfrentar os desafios atuais da BR-319 e apontar caminhos seguros de gestão compartilhada dos riscos e oportunidades. A partir da coordenação estratégica dos esforços de segurança e preservação, aliada à atuação integrada com os povos da região, será possível definir e implementar alternativas econômicas sustentáveis para a consolidação do projeto”, afirmou.

Trecho de 405 km é o mais crítico

Segundo o relatório do Ministério dos Transportes, o projeto completo também prevê a construção de pontes de concreto respeitando o curso dos rios. A recuperação da BR-319 está orçada em R$ 2 bilhões, e tem sido motivo de divergência entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que vê esse movimento como um risco crescente para a preservação da biodiversidade, e políticos da região. Atualmente, 405 km da estrada não estão pavimentados, o que torna esse trecho intransitável no período de chuvas. A estimativa do governo é que 27 mil pessoas vivam nessa região onde a falta de pavimentação é crítica.

“A ausência de pavimentação não garantiu a preservação ambiental e o respeito às comunidades tradicionais na região. Pelo contrário, a pouca acessibilidade e, consequentemente, menor presença do Estado, reforçam a criminalidade e o desmatamento. Em resposta a esse quadro, o modelo proposto prevê reforço no policiamento, com a implementação de portais de controle”, diz outro trecho do documento.

“Ficou claro que a pavimentação da BR-319 é uma demanda dos cidadãos da região, que anseiam por mobilidade terrestre adequada, que conecte Manaus a Porto Velho e ao restante do Brasil. A rodovia pavimentada garantirá o provimento de serviços básicos, necessários ao desenvolvimento social e econômico da região”, concluiu.

Acompanhe tudo sobre:Exploração de rodovias

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