Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

‘Polícia não pode ser vista como alguém que está contra o País, defende diretor da PF

Adepto de um estilo sem holofotes, Andrei Rodrigues prega trabalho de inteligência e parceria com empresas para frear criminalidade

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2024 às 16h03.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu maior proximidade entre o setor privado e as forças de segurança como forma de aprofundar o trabalho de investigação e apuração de inquéritos. Ele vê grande potencial em parcerias com representantes do setor financeiro e da área tecnológica para conter o avanço do crime organizado, que tem se infiltrado em atividades empresariais.

Em encontro realizado pela Esfera Brasil em São Paulo, o chefe da PF destacou a importância de haver regras claras e cláusulas diretas para esse tipo de cooperação. O plano é ampliar as capacidades de investigação da corporação no médio e longo prazos e tornar perene uma cultura de fortalecimento institucional sem qualquer possibilidade de viés político-partidário.

“Temos um acordo de cooperação técnica com a Febraban. Não há repasse de recursos diretamente para a polícia, mas de hardware, software, tecnologia, instalação e rede. Há essa possibilidade”, apontou. “Quem está fraudando uma fintech pode fraudar um banco. O criminoso não quer saber se o banco é público ou privado, ele quer o dinheiro do correntista”, completou.

Uma das prioridades da gestão de Rodrigues, que assumiu o posto no início deste terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem sido descapitalizar o crime organizado. No último ano foram apreendidos R$ 2,5 bilhões em dinheiro em espécie, além de bens como aeronaves, barcos e imóveis frutos de operações ilícitas. Contrário à cultura da espetacularização das operações, o chefe da PF é adepto de uma comunicação direta aos meios de comunicação, mas com moderação.

Cooperação com estados

Como alternativa às dificuldades orçamentárias para estruturar as diretorias e superintendências, Andrei Rodrigues relatou que tem buscado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para criar um fundo para projetos de segurança pública. Ele também defendeu a troca de informações com as polícias civis estaduais.

“No caso das queimadas, por exemplo, estamos compartilhando todos os nossos inquéritos com a polícia civil de São Paulo e tentando melhorar esse processo. É algo novo, uma política que é muito tímida. Nós precisamos ter um papel maior no enfrentamento ao crime organizado, não só nas competências da Polícia Federal, mas levando nossas capacidades para as polícias estaduais”, afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Polícia Federal

Mais de Esfera Brasil

Fim da escala 6x1 deve combinar melhor qualidade de vida e necessidades econômicas das empresas

Milei visita Trump para consolidar aliança conservadora na América Latina

Reforma administrativa pode ser alternativa para reduzir gastos

Enel sofre ação de R$ 260 milhões devido a falhas no fornecimento após chuva em SP