Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Os desafios do setor elétrico para 2025

País deve avançar na geração distribuída e em sistemas de armazenamento

Em 2024, desafios climáticos, associados às questões regulatórias e de governança, exigiram respostas rápidas (Adriano Machado/Bloomberg/Getty Images)

Em 2024, desafios climáticos, associados às questões regulatórias e de governança, exigiram respostas rápidas (Adriano Machado/Bloomberg/Getty Images)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 13h39.

Tudo sobreEnergia elétrica
Saiba mais

Com a maioria da matriz elétrica brasileira formada por usinas hidrelétricas, uma das principais preocupações do setor é garantir a geração de energia independentemente da vulnerabilidade climática e da influência desses eventos no ciclo de chuvas e secas, cujo eventual desequilíbrio poderia comprometer o acesso dos brasileiros à energia elétrica

Para o CEO do grupo Bolt Energy, Gustavo Ayala, um dos desafios a serem colocados em prática em 2025 é seguir com a expansão da geração distribuída, que garante geração e armazenamento elétrico realizado por uma variedade de dispositivos pequenos, no próprio local de consumo ou próximo a eles. 

“Houve uma primeira etapa, com subsídio total do governo; depois veio uma fase com menos incentivo. Esse freio na expansão da geração distribuída é um desafio no setor. É preciso um equilíbrio dos subsídios e uma necessidade de uma plataforma que permita uma expansão saudável para o Brasil”, afirma.

Um segundo passo, na visão de Ayala, seria promover a inserção das baterias de sistemas de armazenamento, vistos como potenciais soluções para diversas aplicações no setor elétrico brasileiro, e são capazes de complementar a contribuição de fontes de geração, como as termelétricas. O primeiro leilão do setor está previsto para junho deste ano.

“Ganha-se em diversos pontos onde a rede de distribuição não chega de maneira efetiva, não chega com qualidade e segurança”, explica. “Muita gente ainda se pergunta como será feita a inserção dessas baterias, esses sistemas de armazenamento no setor elétrico brasileiro. Poderíamos fazer da mesma maneira que na geração distribuída, com incentivos à expansão desses sistemas de armazenamento descentralizado, de uma maneira distribuída”, entende. 

Avanços significativos em 2024

De forma geral, o avanço das renováveis reafirma o Brasil como líder na transição energética global, mas a afirmação desse papel depende, sobretudo, da aplicação de soluções a partir de  inovação tecnológica e gestão coordenada.

Segundo o advogado especialista em Energia, sócio fundador do Lobão Cosenza, Figueiredo Cavalcante Advogados (LCFC+), Tiago Lobão Cosenza, o setor avançou significativamente com a expansão das energias renováveis, como a fonte solar fotovoltaica, que atingiu 26 GW de potência instalada em janeiro do ano passado. Desafios climáticos, associados às questões regulatórias e de governança, exigiram respostas rápidas. 

“O ano de 2024 marcou uma nova etapa no setor elétrico brasileiro, num cenário global caracterizado por eventos climáticos extremos e pela urgência de ações efetivas contra as mudanças climáticas. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial [OMM], 2024 foi o ano mais quente da última década, impondo desafios e acelerando a necessidade de transição energética e descarbonização da matriz elétrica nacional”, ilustra.

 Entre os destaques do ano, a promulgação da Lei 14.948/24, com o propósito de promover a competitividade do hidrogênio como agente de descarbonização e trazer previsibilidade para regulamentos e acordos, estabeleceu a competência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Biocombustíveis e Gás Natural para regular atividades da cadeia produtiva do hidrogênio. A versão final do texto, porém, guarda detalhes que podem ir na direção contrária do comprometimento com a sustentabilidade.

“Apesar da comemorada inovação da criação do Sistema Brasileiro de Certificação de Hidrogênio (SBCH2), o aumento do potencial de poluição na produção do hidrogênio de "baixa emissão" pode ser considerado, no mínimo, medida contraditória e pode afastar a legislação brasileira dos padrões de produção de potenciais destinos de exportação, haja vista os compromissos firmados pelo Brasil na conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima deste ano (COP 29)”, advertiu.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia elétrica

Mais de Esfera Brasil

Após aprovação da Anvisa, EMS vai produzir versão nacional do Ozempic e visa exportação

Consulta pública da AGU sobre moderação das plataformas digitais recebe 87 sugestões

Por que Trump proibiu o Banco Central dos EUA de criar uma moeda digital?

Os recados de Milei ao sistema financeiro mundial em Davos