Eduardo Nery argumentou que travessia entre as cidades é fundamental para o desenvolvimento da região. (Esfera Brasil/Divulgação)
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Publicado em 25 de abril de 2024 às 06h00.
O presidente da Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq), Eduardo Nery, afirmou durante o Seminário Brasil Hoje, da Esfera Brasil, que a tecnologia a ser empregada no projeto de construção do túnel entre as cidades de Santos e Guarujá terá potencial de minimizar os impactos provocados pela desapropriação de áreas na Baixada Santista.
Nessa fase inicial, audiências públicas foram realizadas para ouvir sugestões dos moradores de áreas que deverão ser modificadas, e a mais recente ocorreu na última semana, em Santos. A região do Macuco, que deverá receber o canteiro de obras pelo lado santista, é local de moradia de mais de 20 mil pessoas.
Em entrevista ao EsferaCast, gravada em um estúdio de vidro durante o Seminário Brasil Hoje, o executivo argumentou que a travessia é essencial para as cidades e para os moradores. Orçado em R$ 6 bilhões, o túnel terá 860 metros de extensão e será construído por meio de uma parceria público-privada, com financiamento da União e do Governo do Estado de São Paulo, e está na lista de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão é que a obra seja entregue no fim de 2028.
Segundo Nery, técnicos da Antaq e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) têm trabalhado em cooperação, e a obra não deverá afetar a rotina das operações portuárias. De acordo com dados da autoridade portuária, em todo o primeiro trimestre, 42,3 milhões de toneladas de mercadorias passaram pelo terminal portuário, com destaque para o açúcar.
A expectativa é que, uma vez concluído, o túnel beneficie anualmente mais de 5 milhões de pessoas, entre moradores da Baixada Santista e turistas que frequentam as praias da região. Atualmente, a travessia entre as cidades depende de balsas que operam o serviço, e as filas podem se alongar por horas, sobretudo em vésperas de feriado e aos fins de semana.
“A sociedade e os moradores estão fazendo suas críticas. E isso a gente vai considerar antes de apresentar uma solução mais robusta”, explicou Eduardo Nery. “A modelagem [do projeto] está sendo conduzida mais pela Artesp, tivemos três audiências públicas na semana passada. O que está sendo buscado é que as desapropriações possam trazer o mínimo de impacto”, complementou.
Com entrevistas que contemplam pontos de intersecção entre a iniciativa privada e o poder público, a 5ª temporada do EsferaCast será disponibilizada em breve no canal da Esfera no YouTube e vai trazer as entrevistas realizadas com autoridades e empresários em dois estúdios de vidro montados durante a realização do Seminário Brasil Hoje.
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