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Ministro Jader Filho afirma que Minha Casa, Minha Vida vai garantir 210 mil unidades este ano

No Seminário Esfera RJ, ao lado de empresários no Rio, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou uma política nacional de gás

Além do governador Cláudio Castro, os ministros Jader Filho e Alexandre Silveira estiveram entre os participantes do Seminário Esfera RJ. (Divulgação/Divulgação)

Além do governador Cláudio Castro, os ministros Jader Filho e Alexandre Silveira estiveram entre os participantes do Seminário Esfera RJ. (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 17 de junho de 2023 às 09h39.

O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que assinou as primeiras portarias do programa Minha Casa, Minha Vida. “Agora, sim, o programa está de volta. A meta de 2023 é de 210 mil unidades habitacionais para atender 840 mil pessoas”, revelou durante o Seminário Esfera RJ, realizado pela Esfera Brasil nesta sexta-feira, 16, no Copacabana Palace, para debater as oportunidades de investimentos no Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, as companhias de habitação popular estão aptas a cadastrar os moradores para receber o benefício. De acordo com dados do governo, havia 186 mil habitações inacabadas e, dessas, 180 mil estavam com obras paralisadas. Com a retomada do programa habitacional e das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), quase um milhão de empregos foram gerados.

Segundo o ministro, o investimento em estradas este ano no Brasil será maior do que todo o montante investido nos últimos quatro anos. “Vivemos outro momento de País. A união entre os estados, governo federal, municípios e empresários é que vai fazer com que a gente surfe este novo momento, para que a gente volte a falar em prosperidade, emprego, desenvolvimento, em coisa boa”, afirmou.

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Energia

O Rio de Janeiro é responsável por 85% da produção de petróleo do Brasil e 73% da de gás. O estado tem protagonismo no setor energético nacional. Ao comentar sobre o tema ao lado do ministro Jader, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou uma política nacional de gás.

“Não podemos descuidar do eixo central que é a segurança energética nacional. O nosso grande desafio é equilibrar modicidade tarifária, para estimular emprego e renda e proteção dos mais pobres, e segurança energética, tão fundamental para o desenvolvimento nacional”, ressaltou Silveira, que acrescentou: “A política do gás é uma obsessão para nós, porque, com ela, podemos combater o desemprego”.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), fez uma reflexão a respeito do pacto federativo e disse que o sonho do brasileiro é ter sua própria atividade econômica. “O que o Rio demanda hoje do governo federal é infraestrutura e um ajuste na nossa dívida, sobretudo nas nossas principais vocações, que são energia, óleo e gás e a questão portuária”, disse.

No painel, mediado pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, um dos destaques foi o debate sobre a transição energética. Segundo o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Henrique de Saboia, “o gás não é exclusivamente o combustível da transição, mas tem um papel importante, porque ele se alinha mais com o ESG, a ameaça climática e recebeu o carimbo verde da União Europeia”.

O vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D'Ambrosio, afirmou que a transição passa também pela mineração. “Estamos falando da transição para economia de baixo carbono, e só será possível com gás e petróleo. Sem minério, é impossível, por exemplo, a construção de baterias”, explicou.

O secretário de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal, lembrou que a grande oportunidade para o Rio é o hidrogênio azul. “É o hidrogênio que vem com o gás natural. Se você processar e tirar as partículas de CO2, tem-se o hidrogênio perfeito, com valor calorífico ótimo, e esta é uma matriz que já temos aqui”, explicou.

O hidrogênio verde também esteve em pauta na discussão, e o VP da Vale lembrou que há uma oportunidade de negócio, uma vez que ele pode ser usado na indústria local.

Águas e saneamento

Cartão postal do Brasil, o Rio de Janeiro encanta com suas belezas naturais. No entanto, um dos desafios é a despoluição da Baía de Guanabara e das lagoas da região. O presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, falou que a realidade está mudando, com água translúcida na lagoa Rodrigo de Freitas, praias com sinais de balneabilidade e com a vinda de golfinhos à baía. “A natureza tem uma capacidade de recuperação muito grande, desde que você ajude. O trabalho está dando resultado, com emprego, turismo, valorização imobiliária e saúde.”

O diretor-presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), Aguinaldo Ballon, destacou que a empresa tem um desafio pela frente: a universalização de água e esgoto até 2033. “Um dos nossos compromissos é aumentar a capacidade de produção de água em volume suficiente para atender toda a população”, disse. Para isso, é preciso também criar redes de distribuição no sistema, que foi criado há 40 anos para acolher, em especial, a zona sul do Rio.

O secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione, lembrou que a concessão do saneamento já trouxe bons resultados. “Destravamos o Rio e esse mercado. Outras concessões ocorreram depois no País, algumas seguindo o modelo do Rio. Quanto mais pessoas são atendidas, mais receitas as empresas terão”, afirmou.

Harmonia

No último painel, a harmonia entre os três Poderes do Rio de Janeiro esteve em discussão. Para o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), desembargador Ricardo Cardozo, “a relação entre os chefes dos Poderes é republicana e respeitosa. Conversamos sobre as decisões”.

Já para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar, é preciso aproveitar melhor o potencial do estado. “A meta é tentar corrigir o estado. Muitas vezes é parar de dar passos longos. Às vezes, fazendo o feijão com arroz, a gente chega num resultado muito mais prático e efetivo”, avaliou.

O governador do Rio ressaltou que um dos diferenciais do estado é a boa relação entre os Poderes. “A Assembleia entendeu que não pode ficar mudando leis que alteram a jornada do empresário do dia para noite, e o Judiciário entendeu que a sua decisão impacta no investimento”, disse.

Em seu segundo dia, o Seminário Esfera RJ reuniu cerca de 280 pessoas, com representantes de governo e empresários, entre eles Carlos Santana (Tecnobank), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Vander Giordano (Multiplan), Luis Henrique Guimarães (Cosan), Maurício Carvalho (Urca Energia) e Hélio Paulo Ferraz (Light).

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